Audiência pública da saúde é realizada em Taboão da Serra
A falta de leitos na região, dificuldade para a contratação de novos médicos, prestação de contas e apresentação do contrato de gestão com a Organização social privada (OS), a Iacta Saúde foram os principais temas debatidos na Audiência Pública da saúde realizada na última sexta-feira, 27 de agosto na Câmara Municipal de Taboão da Serra.
Os cerca de 40 participantes, entre médicos, enfermeiros, associações de bairros e moradores reivindicaram por soluções na saúde. Para o presidente da comissão de saúde, vereador Cido o Estado precisa ser cobrado, pois não tem responsabilidade pelo município.
"Estou acompanhando o caso da senhora que precisa ser transferida do Pronto Socorro da Antena, mas o Estado não tem como transferi-la por falta de leitos. Uma vida não tem preço, precisamos unir forças, enquanto poder público, sociedade civil para a construção de novos hospitais e o aumento de número de leitos", defendeu.
Segundo o Secretário de Saúde, José Alberto Tarifa a cidade e Embu juntas contam com 285 leitos para internação. "Precisamos de investimento, conseguimos aplicar na saúde R$ 18 milhões, 15%, o Estado não conseguiu aplicar o mínimo de 12% e as suas contas podem ser reprovadas pelo Tribunal de Contas. O Estado não tem cumprido com o seu papel, diferente do município", explicou.
Em relação à contratação de novos médicos para a cidade o secretário afirmou que existe muita dificuldade para conseguir profissionais qualificados. "Para trabalharem 40 horas, os médicos recebem R$ 9 mil, o salário deve ser ajustado para R$ 9.800, por isso prefiro manter os médicos (que são bons, mas não tem qualificação) trabalhando na cidade, porque muitos não querem trabalhar fixo, buscam por flexibilidade", afirmou.
José Alberto Tarifa ressaltou que a principal vantagem da contratação da Organização Social (OS) para o serviço público é a facilidade para a contratação de médicos. "Com a OS não vai mais existir a quebra de exercício, por exemplo, em 2005 não tínhamos ambulâncias, luvas, oxigênios, macas, medicamentos, isso não vai mais acontecer porque vamos fiscalizar e se percebemos algum problema não repassamos a verba que para a organização que não ganhará lucro pelo trabalho prestado, afinal é sem fim lucrativos", explicou.
Questionado sobre o contrato com a Organização que assumiu a saúde no começo de agosto, Tarifa afirmou ter estudado e analisado todos os fatores para a contratação e que se não tivesse confiança e certeza do trabalho realizado não assinaria. "Ninguém é louco de fazer experiência, pesamos na balança aspectos positivos e negativos e assumo o risco de afirmar que será extremamente favorável", salientou.
O contrato, segundo o secretário tem validade de um ano e pode ser renovado no período de 5 anos. "O processo será avaliado durante o ano e depois da análise podemos renovar ou não", justificou. Analisando a saúde de 2004 para esse ano, Tarifa afirmou que a cidade contava com 16 unidades de saúde, e esse ano soma 28. "Houve aumento no quadro de funcionários, recursos estão sendo investidos, mas o que antes era R$ 38 milhões de recursos na saúde, hoje ultrapassou a casa de R$ 80 milhões. Não posso gastar mais do que arrecado", finalizou.
No final da audiência pública, um abaixo assinado com intuito de chamar atenção do Estado para que haja mais investimentos na saúde da região, foi assinado por todos os presentes.
Também participaram da audiência os vereadores: Wagner Eckstein, Arnaldinho e a presidente do conselho de saúde Selma.