O B-boy que muda a cena do Jd. Leme e insere jovens à cultura hip hop

Observando outros jovens dançarinos na Praça Luiz Gonzaga, Adriano Ferreira dos Santos de 29 anos, morador do bairro do Jardim Leme, se apaixonou pela arte da dança e faz parte da cultura hip hop há 15 anos. Em função do sucesso feito por ele, Adriano viajou para a cidade norte-americana de Houston no Texas, para participar de um evento chamado Breack Free, existente dede 2011. O dançarino comentou que recebeu a oportunidade de representar Taboão e que durante esse evento, ele foi convidado para dançar em outro festival, o YA Battles, conseguindo o 2° lugar. Feito de muito orgulho para a nossa região, que motiva inúmeros jovens a seguir o mesmo caminho. 

O breakdance, também conhecido como b-boying é um estilo de dança de rua que parte da cultura hip hop, ela foi criada segundo Adriano, por afro-americanos e latinos na década de 70, em Nova Iorque. Atualmente, o breakdance é utilizado como meio de recreação e competição no mundo, Adriano também trabalha com o estilo em seu projeto a fim de integrar socialmente crianças e jovens. 

Em Taboão da Serra, Adriano conta que participou de muitos saraus, de jure em diversos eventos e ressaltou o ‘Batalha da Rua’, realizado por um amigo que segundo ele, dá aulas em oficinas. Participou também de apresentações em escolas e desfiles. Hoje, o dançarino conta que possui um espaço físico voltado para crianças interessadas em aprender dança chamado ‘DaVila’, localizado no Jardim Leme. 

Depois de receber outro convite para voltar aos Estados Unidos, Adriano explica que precisa do apoio de patrocinadores, em função da dificuldade que a alta do dólar trouxe nesse momento. Ele diz que esse apoio contribuirá para que o nome da cidade seja levado e reconhecido fora do país. “A cidade de Taboão da Serra tem muitos artistas, que fazem a mesma coisa que eu faço, porque quando eu viajei e voltei, eu vi que deu uma incentivada no pessoal”, afirma. 

Adriano ressalta que sempre foi morador da periferia e sua vida fora muito difícil, a dança de acordo com ele, o livrou de coisas muito ruins. A questão da divulgação e da visibilidade, levantada pelo b-boying, é de extrema relevância, pois assume a possibilidade de afastar jovens e crianças do mundo das drogas e da violência. Quando Adriano dança nas ruas próximas à sua casa, ele percebe que as crianças se interessam pela arte. “Às vezes é falta de alguma coisa para fazer, a gente precisa que a cultura apareça mais na vida deles”, completou.

A história de uma inciativa chamada ‘DaVila’ 

O DaVila funciona com um ponto fixo, localizado no Jardim Leme e Adriano afirma que todos os custos são mantidos sem patrocínio ou apoio financeiro. O sonho começou composto por três culturas: o Graffiti, o Breaking e o Lowrider, esses grupos são divididos e cada um tem sua responsabilidade dentro do espaço. Os grafiteiros são responsáveis pela parte visual do DaVila e os eventos de Graffiti, Adriano lembra que o último recebeu mais de 150 artistas. O grupo de Breaking é coordenado pelo próprio Adriano, que articula as coreografias e apresentações de dança de rua nos eventos. A parte Lowrider organiza os encontros veiculados à cultura complementar de carros antigos com suspensão hidráulica. 

Adriano, idealizador do projeto, comenta que o primeiro grupo de breaking surgiu em 1997 e ao longo do tempo alguns integrantes foram se interessando por outras culturas, justamente pelo graffiti e lowrider. Em 2008, o b-boy efetivamente tirou a ideia do papel e criou o DaVila, para que os eventos pudessem acontecer e mostrar as três culturas juntas, ao mesmo tempo.

Ele ressalta que esse movimento de integração de diferentes culturas hip hop, até então, não havia sido realizado em nosso país, em função das pessoas não conhecerem a fundo os estilos. “Realizávamos pequenos encontros quando íamos grafitar em algum muro no bairro, logo surgiu a necessidade de organizar algo maior, melhor projetado, para acolher o público, que a cada evento aumenta”, afirma Adriano. 

O hip hop e o breaking significam muito para o b-boy, ele explica que essa cultura o ensinou a não ir a um caminho errado e mais do que isso, a transmitir o bem para as pessoas. Ele afirma que a dança se tornou um estilo de vida e o brilho nos olhos das crianças, durante a realização de eventos na comunidade é incrível. Adriano reforça em suas palavras o que já sabemos, que a cidade precisa disso, enfático ele afirma: “Eu sei que podemos salvá-las, mostrar a elas que nas favelas podem ter coisas boas, diferentes do que elas veem hoje”. 

O b-boy diz que a contribuição que ele faz com seu projeto é a maior vitória, embora precise imensamente de apoio, de lugares para passar a diante o estilo, pontos culturais onde crianças e jovens possam praticar tudo o que aprenderam. Adriano conta que diante da oportunidade de se apresentar fora do país, ele trouxe na bagagem muitas informações e novas ideias agregadoras para a iniciativa e para a comunidade. “Para mim, tudo isso é muito importante, estar passando o meu conhecimento para os jovens, onde sempre tem esperança de conhecer uma cultura que fará a diferença em suas vidas”, encerra.

Quer participar das aulas? Ou ajudar nos patrocínios? Ligue:

Espaço DaVila
Avenida Augusto Barbosa Tavares, 818 sub solo
Jardim Maria Sampaio, CEP: 06773-080
Telefone: (11) 4685-0673

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