Mulher foi morta pelo namorado da filha de 16 anos em Itapecerica da Serra
O caso da mulher de 34 anos que foi assassinada, no dia 4 de março, em sua residência, no centro de Itapecerica da Serra, contém novas informações através das recentes investigações feitas pela Polícia - relembre aqui. De acordo com os investigadores, o homicídio foi planejado por sua própria filha, de 16 anos, que, com a ajuda do namorado, realizou o crime. Diferente das informações anteriores, que alegaram que a filha teria utilizado a arma e efetuado o disparo contra a mãe, a própria adolescente confessou a participação do crime, dizendo que seu namorado foi o autor do tiro que acertou a cabeça da vítima. Ao que tudo indica, o motivo da morte seria a herança de R$ 2 milhões que estava na conta da mãe da menina, caso viesse a falecer. Os dois estão presos há 20 dias, a garota se encontra na Fundação Casa do Bom Retiro, e o indivíduo no CDP de Pinheiros.
A mãe da adolescente estava dormindo em sua cama, quando foi surpreendida pelos autores do crime, levando um tiro na cabeça. A princípio, a polícia imaginava que a mulher teria se suicidado. Momentos após o fato, dentro da casa só havia a filha e a mãe, já falecida. Depois de muitas investigações e depoimentos prestados pela adolescente, os policiais se aprofundaram mais no caso, descobrindo que não era um suicídio, e sim um homicídio. Muitos detalhes chamaram a atenção. O maior deles, foi que o revólver (pertence da vítima), estava na mão esquerda da mulher, sendo que ela era destra, fazendo com que levantasse uma grande suspeita entre os investigadores. A arma que estava no quarto da menina foi entregue pela própria ao seu companheiro, que usou um par de luvas e disparou contra a sogra.
Na residência tinha um sistema de monitoramento de câmeras de segurança, o que facilitou muito o trabalho de investigação. Um dia antes do crime, no dia 03 de Março, a menina apareceu nas imagens vasculhando algumas ferramentas que estavam dentro da garagem, mexendo na marreta, alicate, etc. Os policiais visitaram constantemente a casa, quando perceberam que a tramela (espécie de tranca para portas, moldada em madeira, com um furo no centro) da porta do local onde a vítima guardava a sua arma foi violada, o que levou a policia acreditar que as ferramentas encontradas pela garota neste mesmo dia, foram úteis para própria danificar a fechadura. Numa nova visita feita pelos policiais, uma serrinha foi encontrada dentro do Criado-Mudo da garota, chamando muito a atenção dos presentes, possivelmente utilizada pela menina para subtrair a arma da mãe.
Na madrugada deste mesmo dia, a garota foi filmada falando com alguém no celular, circulando o carro da mãe que estava guardado na parte exterior da casa, por volta das 3h15 da manhã. A polícia descobriu que a pessoa com que ela se comunicava era o namorado. No dia seguinte, o dia do crime, eles voltaram a se falar pelo telefone, por onde a menina deu o aval para que o companheiro pudesse comparecer e ajudá-la no homicídio, deixando a chave em um local estratégico na calçada para ele entrar na residência. A garota tinha desligado as câmeras de monitoramento para não levantar provas.
Os dois tentaram esconder o corpo em um matagal próximo, mas acabaram desistindo, porque a menina estava grávida de 5 meses – a mãe não sabia da gravidez da filha - e o rapaz não tinha forças suficiente para transportar o cadáver até o porta-malas do carro, e decidiram deixar a arma na mão esquerda da vítima para simular um suicídio. Somente os dois participaram do assassinato.
A adolescente foi chamada para prestar depoimentos na Delegacia de Polícia, no centro de Itapecerica da Serra, aproximadamente quatro vezes, mas não confessava o ato, ficava em silêncio ou contava histórias que não convenceram os delegados, Dr. Marcelo Santos Silva (Titular) e Dr. Vitor Santos de Jesus (Assistente). A menina alegava que a mãe iria vendê-la para alguém, que era maltratada e escravizada sempre por ela. Já o namorado não confessou em nenhum momento o disparo na cabeça da mulher.
Segundo informações de pessoas que acompanhavam a vida da família, a mulher tinha uma boa condição financeira, era uma pessoa simpática e não aparentava ser agressiva com a filha. A vítima era homossexual e vivia um relacionamento amoroso com outra mulher.