Perueiros insatisfeitos com nova linha realizam protesto no bairro Crispim em Itapecerica da Serra

Insatisfeitos com a nova linha criada pelo prefeito de Itapecerica da Serra Jorge Costa que atende os moradores do bairro Crispim até o Parque Paraíso, os perueiros do bairro realizaram um protesto na manhã desta segunda-feira, 9, reivindicando que a linha faça parte da primeira licitação apresentada a prefeitura.

Segundo o secretário de Segurança, Trânsito e Transportes, João Pereira, os perueiros queimaram pneus, reivindicaram, mas após o protesto retornaram ao trabalho normalmente. “A linha criada pelo prefeito no Crispim, foi devido a várias reclamações dos moradores. O trajeto da perua da empresa Miracatiba é: Estrada José Simões Louro, Abias da Silva, Prefeito Rogter Domingues e Parque Paraíso. Os condutores acreditam que essa linha diminuiu o número de pedestres em suas peruas”, finalizou.

A Licitação em questão tem como finalidade legalizar o transporte alternativo na cidade, mas causou um grande problema aos condutores de Itapecerica que não conseguiram apresentar uma nova cooperativa dentro do prazo e foram pegos de surpresa na abertura que contemplava somente uma cooperativa de São Paulo, a Cooperpan. Depois de cruzarem os braços no começo de maio deste ano, os perueiros apresentaram uma proposta para o prefeito que concedeu o prazo de 180 dias para a entrega de alguns requisitos.

 “Cooperativa (com todos os funcionários registrados, pois vocês serão uma empresa e precisam pagar impostos), garagem, bilhetagem eletrônica, melhoria da frota em circulação, frota padronizada, veículos com acessibilidade, manutenção de abrigos e pontos de parada, treinamento para operadores, transportar idosos (não quero mais reclamação sobre isso)”, frisou o prefeito em reunião realizada no dia 27 de maio.

Após a reunião, as 143 peruas que trabalham nas 17 linhas da cidade voltaram ao trabalho normalmente. Os perueiros alegam que a licitação proposta pelo Executivo beneficia cooperativas maiores, que dispõem de melhor estrutura jurídica e financeira. Além disso, de acordo com o edital, só pode participar as empresas com inscrição estadual (CNPJ) e constituídas como pessoa jurídica.

A Ctamis, que atua há 14 anos na cidade, não possui o cadastro, por isso a legislação exclui sua participação no processo, abrindo oportunidade para empresas de fora do município. A Cooperpan, cooperativa com mais de 1.200 cooperados e que opera mais de 85 linhas na zona sul de São Paulo, entrou na concorrência.

A pressão para licitar o sistema de transporte alternativo no município é do Tribunal de Contas do Estado. O total da receita obtida pelos perueiros que atuam no setor pode chegar a R$ 4 mil por mês. A Ctamis possui cerca de 130 veículos divididos em linhas que alternam entre bairro-centro.

Foto: ilustrativa (do protesto em maio).

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