Discussão sobre desvio de quase R$ 2,5 milhões da Câmara de Itapecerica pauta volta das sessões
A primeira sessão ordinária da Câmara Municipal de Itapecerica da Serra foi marcada pelos comentários dos vereadores sobre o desvio de quase R$ 2,5 milhões, somente em 2013, dos cofres públicos da Câmara Municipal. Dezenas de moradores compareceram a plenária questionando os vereadores sobre o tema. A sessão foi interrompida por diversas vezes por pessoas que aos gritos cobravam explicações.
O ex-presidente da Casa, Cícero Costa, utilizou a tribuna e tentou esclarecer o que aconteceu. Ele lembrou que os funcionários assumiram a responsabilidade e isentaram os vereadores da responsabilidade do crime cometido. Segundo Cícero Costa, o desfalque foi descoberto após o Tribunal de Contas constatar, por intermédio de auditoria, que a Câmara tinha uma diferença grande nas contas. Segundo ele cerca de R$ 7 mil reais foi lançado na folha de pagamento e o valor não batia com os demais relatórios. veja fotos aqui
Cícero, ressaltou que o então contador e coordenador financeiro, Jorge Isao Takada, alterou os relatórios e apenas dias depois o presidente da Casa, foi notificado com relação as diferenças contábeis. Diante dos fatos, o presidente alegou que esteve no Tribunal de Contas para obter mais informações, exonerou Isao Takada e mais duas funcionárias, Eduarda Rosana dos Anjos Silva e Fabiane, que posteriormente confessaram participação no esquema. O ex-presidente lembrou que foi aberta sindicância e o caso também foi levado ao DP de Itapecerica da Serra.
Também utilizaram a tribuna os vereadores José Martins, Sangbom, Profº Ernandes e Hercules da Farmácia. Todos os edis que utilizaram do espaço, ressaltaram que a Câmara Municipal foi a primeira a movimentar e colaborar para que as investigações pudessem evoluir e ter o máximo de provas contra os ex-funcionários e/ ou demais envolvidos no rombo aos cofres municipais.
"O desvio foi descoberto por quem deve fiscalizar, que a instituição a quem é delegada o direito e o dever de fiscalizar a Câmara Municipal, que é o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo", disse o vereador José Martins.
"Que a Justiça seja feita". Com essa frase, Sangbom sentenciou o que estava acontecendo e ressaltou que se por acaso tivesse envolvimento de vereadores no caso, ele seria o primeiro a falar. Sangbom destacou também que o desvio de quase R$ 2,5 milhões foram o que o Tribunal de Contas apurou apenas em 2013, que ainda é preciso investigar o ano de 2014 e até mesmo, os anos anteriores, uma vez que o ex-funcionário Jorge Isao Takada estava no mesmo cargo há 25 anos.
O desvio veio à tona no final de 2014 e nos corredores e em toda a cidade, o assunto não poderia ser outro. Acreditasse que outras pessoas possam estar envolvidas. As investigações seguem agora pela Delegacia Seccional de Taboão da Serra.