Alunos e comunidade pedem basta à violência e policiamento em Taboão

Os professores, funcionários, alunos e comunidade da Escola Estadual Edgar Francisco, no bairro Guaciara, cidade de Taboão da Serra, em protesto contra os constantes assaltos que ocorrem em frente à unidade escolar e ao entorno – relembre aqui e aqui foram para a rua e realizaram na tarde desta quinta-feira (06) uma intensa caminhada para pedir um basta na violência e respaldo policial. Eles caminharam, acompanhados pela GCM, polícia militar e agentes da Semutrans da escola até a Praça Luiz Gonzaga.

Quase mil pessoas participaram do ato que foi marcado por discursos, frases de protestos e muitas faixas expressando os sentimentos de desespero e medo que os manifestantes sentem ao irem até a escola e trafegarem pelas ruas do bairro. Faixas com dizeres: “Para não sermos roubados, temos que vir com o tênis furado”, “Até quando viveremos de promessas” e “Basta à violência. Queremos segurança, paz e justiça”, ilustrou a revolta e o temor dos participantes.

A caminhada, segundo a vice-diretora da escola, Sônia Cristina, foi decidida em reunião de pais e alunos convocada às pressas, na última quarta-feira na unidade escolar. “O que a escola podia fazer fizemos, como acionar os órgãos competentes, então na reunião foi decidido que para dar um basta na violência, iríamos para as ruas”, explicou. De acordo com ela a caminhada contou ainda com o apoio de mais três escolas da região: Renaldo Faleiros, Laurita Ortega e Heitor Cavalcante de Alencar Furtado.

Uma moradora da comunidade que preferiu não se identificar contou a reportagem do Jornal na Net que os assaltos acontecem de segunda a segunda e a qualquer hora do dia. Tênis, bolsas, blusas, camisetas, celulares, dinheiro e até carros são levados das vítimas, de acordo com o relato dela. Ela contou que os moradores precisam pagar um guarda pra serem levados até o ponto, porque todos têm medo de sair na rua. “Ladrão é o que mais têm e ninguém faz nada. Quando chamamos a polícia ela demora para aparecer, isso quando vêm”, disse.

Ela denunciou ainda que na quadra da escola durante o final de semana crianças e jovens ficam usando entorpecente e que seu filho nem pode brincar na rua. E pontuou os assaltos são cometidos por motoqueiros armados, todas as motos (laranja, vermelha/preta e preta) são sem placa e que um veículo gol preto também está envolvido nos assaltos. “Todos os dias as pessoas que estão no ponto do supermercado D’Avô são vítimas”, finalizou.

A polícia militar foi criticada pela vice-diretora também. Além de várias pessoas da comunidade. “Só tem três viaturas para atender Taboão inteiro e os policiais não dão conta. Falta segurança na cidade”, disse. "Quando chamamos, eles demoram muito. Isso quando vêm", disse outro.

Questionado sobre a possível falta de ronda escolar na unidade de ensino, Capitão Santos informou que as pessoas estão equivocadas, quando afirmam que não tem ronda e que a polícia não vai até o local. “Tem ronda sim e está registrado em ata. Tem também abordagens, como na quarta. Na terça orientamos dois jovens que consumiam drogas dentro do banheiro da escola. Tem muito aluno e ex-funcionários e alunos envolvido com o uso do entorpecente”, explicou.

Ainda de acordo com ele a polícia já tem conhecimento de alguns dos possíveis acusados e está realizando patrulhamento com vistas na prisão deles.

A vice-diretora foi questionada pela reportagem sobre o flagrante que a polícia fez em alunos da escola, que usavam entorpecentes dentro do banheiro, mas ela desconversou sobre o assunto. Mas, uma mãe de aluno, afirmou que realmente aconteceu esse fato.

De acordo com várias mães de alunos, os filhos não estão indo para a escola, apesar de as aulas acontecerem normalmente, apesar dos ocorridos e quando vão não levam celulares e tênis. “Eles vão de chinelo havaiana, dos mais simples, para não terem algo de valor roubado”, afirmou uma. A outra por sua vez frisou que apesar disso os bandidos assaltam e se não tem o que eles querem, as vítimas podem ser agredidas com tapa na cara ou coronhada. “A situação é grave”, afirmam.

Por fim, os alunos elogiaram o corpo docente da escola, funcionários e a estrutura de ensino da unidade, de acordo com eles, a escola está de parabéns do lado de dentro e é uma referência entre as outras ao entorno.

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