Falta de quórum impede eleição do SindTaboão, urnas foram lacradas

Por Sandra Pereira | 11/06/2014

Terminou em confusão e declarada disputa judicial a eleição para a escolha da diretoria do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Taboão da Serra (SindTaboão) ocorrida nesta quarta-feira, 11. Somente 489 dos 1.588 associados do sindicato compareceram a eleição. Era preciso ao menos 530 participantes para que a eleição tivesse quórum. Por conta da baixa adesão de funcionários a eleição acabou sendo considerada inválida. Os votos não foram contados e as urnas foram recolhidas, lacradas e removidas para o cofre da Guarda Civil Municipal sob protesto de uma das chapas. O quórum mínimo da eleição foi estabelecido por meio de mudança no estatuto em 2009. 

O impasse voltou a virar caso de polícia e foi registrado Boletim de Ocorrência na Delegacia Central de Taboão da Serra. Advogados das duas chapas de oposição a atual presidência do sindicato prometeram acionar a Justiça para conhecer o resultado da votação. A situação alegou que não era preciso contar os votos já que a eleição seria invalidada. Agora a eleição voltou a estaca zero e deve ter o todo o processo novamente iniciado. 

“A eleição não atingiu o mínimo legal para contar os votos e dar posse a quem foi eleito. Seria insistir em algo nulo. Teria que ter o quórum mínimo para validar a eleição. No começo do mês deveremos abrir novo prazo para realização de uma nova eleição. Na eleição anterior tivemos quórum e não houve intervenção de fora como ocorreu agora”, explicou Dartanham Raposo Vidal de Faria, advogado do SindTaboão, que disse ter sido vítima de agressão antes do começo dos trabalhos de apuração. 

A decisão de recolher e lacrar as urnas não foi bem recebida pelos integrantes da chapa Dignidade e Trabalho, encabeçada pela candidata a presidente Selma Fátima. Eles queriam a contagem dos votos antes do recolhimento das urnas. Também reclamaram do fato do recolhimento ter sido feito pela GCM sem a presença de integrantes das chapas. A presidente do Sindicato, Sandra Cristina, que lidera a comissão eleitoral, dispensou mesários ao comprovar que o quórum de votação não tinha sido atingido. Depois disso as três chapas fizeram acordo para o lacre e retirada das urnas. 

O advogado Antônio Manuel, da chapa Dignidade e Trabalho, afirmou que Sandra Cristina, atual presidente, não poderia mais chamar eleição já que o mandato dela estaria vencido. Ele rechaçou o argumento de que não houve quórum e disse vai acionar a Justiça para que seja feita a contagem dos votos.

“Nós vamos entrar na Justiça para o juiz determinar a apuração dos votos. Tem que nomear uma junta governativa para fazer a eleição. A Sandra está ilegal no sindicato. Está dando um golpe nos funcionários. O estatuto fala em maioria simples, então teve quórum”, alfinetou. 

A integrante da chapa Unidade e Luta, Lilian Guedes disse que a realização da eleição ocorreu de forma correta e afirmou que gostaria de conhecer o resultado da votação. Ela concordou com o lacre e retirada das urnas pela GCM e salientou que seus advogados vão entrar na Justiça para garantir a contagem de votos e a realização de nova eleição e criticou o fato de Sandra Cristina continuar conduzindo a entidade.  

“Nós estamos em greve. Os servidores estão e o Sindicato não está nos representando. É por causa disso que muitos servidores não vieram votar, por causa dessa falta de representatividade”, destacou.  
A última eleição do sindicato também foi marcada por polêmica e o juiz local indicou um interventor para conduzir a eleição.


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