Agressor de moradora de Taboão demorou 4 anos para ser preso e vai a júri popular

Por Sandra Pereira | 9/04/2014

Depois de ver o sonho do casamento feliz se transformar em pesadelo a moradora de Taboão da Serra Elizabeth Amorim dos Santos, teve de esperar 4 anos para poder ver o ex-marido e agressor preso. José Maria Bento da Silva foi detido há dois meses após ficar 4 anos fugindo da polícia. A história de Elisabeth Amorim é uma das mais tristes já protagonizadas por mulheres vítimas de violência  em Taboão.  

José Maria Bento da Silva foi preso pela 56º DP de Vila Alpina. Ele estava com prisão preventiva decretada pela  tentativa de homicídio contra Elisabeth. A pena pelo crime só será fixada após o julgamento que está marcado para maio. O acusado irá a júri popular.  

Elisabeth Amorim dos Santos sofreu durante anos as agressões do marido e quando finalmente decidiu se separar quase foi morta por ele. Passou vários dias internada, precisou se submeter a cirurgias e agora luta para cicatrizar as feridas e manter uma vida normal. 

Ela é uma das mulheres vítimas de violência em Taboão que romperam a barreira do silêncio e da vergonha graças ao apoio da Coordenadoria dos Direitos das Mulheres de Taboão. O caso dela tornou-se emblemático tanto em razão da gravidade dos ferimentos que sofreu quanto da crueldade do ex-marido. Agora será também referência em justiça caso o acusado seja condenado como todos esperam.

“No primeiro ano de casamento (2006), ele era muito carinhoso, me tratava bem, mas já bebia. Em 2007 sofri a primeira agressão. Quando ele bebia fica super violento. Ele tem ciúme de tudo, em 2009, um mês antes da última agressão fui agredida com um soco no ponto de ônibus, ele me xingou e bateu. Fiz o Boletim de Ocorrência, mas ele não foi chamado para prestar esclarecimentos ”, contou Elisabeth Amorim ao Jornal na Net no período em que se recuperava dos ferimentos.

Ela disse que por ele não ser intimado a comparecer na delegacia tramou o seu assassinato.

“Como já tinha me separado começou a  me ameaçar, ligar, mandar recados. No dia 19 de abril, quando cheguei a casa, ele tinha pulado o muro. Estava visivelmente transtornado. Apontou uma faca e ficou dizendo que ia me matar. Levei duas facadas na cabeça, uma no rosto e duas no colo, além de levar uma garrafada no rosto. Tentei me defender, mas ele é muito forte”, relatou emocionada relembrando os momentos de horror que passou graças ao ex-companheiro. 

Elisabeth  foi socorrida e levada para o Hospital da Antena e precisou aguardar uma vaga para ser transferida e realizar várias cirurgias. “Os integrantes do SAMU me socorreram e a todo o momento me perguntavam onde fui ferida, porque eles não conseguiram encontrar de tanto sangue no meu corpo. Não sentia dor nas feridas, a única dor foi a magoa que estava na minha cabeça e no coração”, afirmou Elizabeth.

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