Na era dos rolezinhos e suas mais variadas faces

Por Outro autor | 26/02/2014

Por Juliano Félix


Os objetivos do rolezinho podem ser variados, desde o encontro entre o “artista” que possui seus dois, três mil seguidores em redes sociais, com seus fãs, até, simplesmente, fazer jus a palavra que nomeia este movimento. Mas, afinal de contas, o que acontece durante esses eventos?

Os participantes dos rolezinhos são jovens e adolescentes de bairros mais afastados e classe econômica mais baixa. Possuem certo apreço por marcas famosas e de grifes de roupas, calçados e acessórios. Apreço este, oriundo do estilo musical que predomina entre os rolezeiros: o funk (não o verdadeiro funk, o de James Brown, que se revira e enlouquece em seu caixão nesse momento), mas sim, o chamado funk ostentação, que prega a valorização desses objetos.

O rolezinho, normalmente, acontece em shoppings centers, mas também pode apresentar-se em grandes praças públicas, como o Parque do Ibirapuera, mais recentemente.
Segundo os participantes, o objetivo do evento é conhecer pessoas novas, interagir, ter um pouco de lazer, que é uma deficiência nos bairros afastados, curtir, ou até mesmo, beber, ficar e zoar, palavras de uma rolezeira.

Que o rolezinho é uma manifestação cultural de um determinado grupo da sociedade, isso não temos nenhuma dúvida. Mas o que esse movimento traz realmente de concreto para os seus participantes e a sociedade? Qual a contribuição efetiva que o movimento oferece? 

O direito deles de reunirem-se e manifestarem suas ideologias são garantidos por lei. Ótimo. 

Mas onde ficam os direitos e a liberdade dos demais cidadãos que frequentam o mesmo ambiente em que o evento ocorre, a partir do momento que este evento traz desordem, vandalismo, baderna e, pasmem,assaltos? Comerciantes tendo que abaixar suas portas, famílias tendo que irem embora por conta da algazarra... Será mesmo que esse rolezinho tem algo benéfico a acrescentar?

Levando em consideração também, que os presidentes e diretores das marcas que os rolezeiros fazem questão de ostentar, já declararam que não veem com bons olhos a associação de suas grifes a este grupo, uma vez que o mesmo é responsável por tanta balburdia e que seu público alvo são pessoas que procuram exclusividade.


Não podemos esquecer que durante os eventos ocorre o consumo de bebida alcoólica por muitos desses jovens que são menores de idade. E ainda temos aqueles que parecem transformar o rolezinho em uma espécie de passeio sexual, onde o maior número de ficantes é motivo para vangloriar-se sobre os demais.

A ideia do rolezinho é até valida. Jovens, nesta era tecnológica, usarem a mesma para promover encontros pessoalmente é deveras interessante, mas o que eles fazem durante os encontros é o x da questão.

Comentários