Notícias boas de 2019 que te darão esperanças para 2020

Por Outro autor | 31/12/2019

GIULIANA VIGGIANO, da Galileu
 
Este não foi um ano fácil. Além da tragédia em Brumadinho (MG), do incêndio que atingiu a Catedral de Notre-Dame, em Paris, e das queimadas que devastaram a Amazônia, alguns casos médicos assustaram até os médicos de tão bizarros. Ainda assim, muita coisa positiva aconteceu em 2019 — o que dá esperanças de que 2020 será melhor.
 
Por isso, a GALILEU separou descobertas científicas, ações sociais e outros acontecimentos dos últimos 12 meses para te ajudar a entrar no ano que chega com o pé direito. Confira!
 
Astronomia
 
O ano foi cheio de acontecimentos astronômicos, da descoberta do primeiro exoplaneta na zona habitável de uma estrela que possui água, até descobertas sobre a corona solar. Mas a maior notícia sem dúvidas foi a primeira foto já feita de um buraco negro — um evento e tanto para os cientistas, que trouxe alegria e aguçou ainda mais a curiosidade de quem ama astronomia.
 
Além disso, no ano em que a Missão Apollo 11 completou meio século, a NASA anunciou a Missão Artemis, que pretende enviar a primeira mulher à Lua em 2024. Foi também em 2019 que um pequeno passo para duas mulheres, mas um grande passo para a humanidade foi realizado na Estação Espacial Internacional (ISS): em outubro ocorreu a primeira caminhada espacial totalmente feminina, protagonizada por Christina Koch e Jessica Meir.
 
Física quântica
 
Os fãs de física quântica também tiveram um ano movimentado. Isso porque, logo no início de 2019, um grupo de especialistas anunciou ter descoberto como salvar o gato de Schrödinger, apresentando uma resolução para um dos paradoxos mais famosos no mundo da física.
 
E as descobertas não pararam por aí. Além de “fotografar” um fenômeno conhecido como emaranhamento quântico pela primeira vez, os especialistas conseguiram “teletransportar” uma partícula e até realizaram a proeza de fazer uma partícula “voltar no tempo”.
 
Já era o fim do ano quando parte de um artigo foi vazado anunciando que a Google chegara à “supremacia quântica”, ou seja, desenvolvera um computador quântico que superou um computador comum. Poucas semanas depois a empresa confirmou o feito, o que animou os fãs de tecnologia ao redor do mundo.
 
Comportamento
 
Para quem está perdendo a fé na humanidade, um estudo divulgado em junho pode dar uma “ajudinha”. Isso porque a pesquisa mostrou que a grande maioria das pessoas devolveria uma carteira encontrada na rua — os motivos para isso, entretanto, podem não ser tão animadores assim, já que os voluntários disseram que tomariam tal atitude por medo de julgamentos.
 
Mas o mundo parece estar mudando — e o convívio entre pessoas diferentes é fundamental para isso. Segundo outro estudo divulgado em 2019, o tempo é um bom aliado para aprendermos a lidar com a diversidade social. Inclusive, uma pesquisa mostrou que nos países em que a participação das mulheres é incentivada, a economia cresce expressivamente.
 
Nosso comportamento também foi motivo de estudos para especialistas que buscam entender nossas relações com as pessoas que somos mais próximos. De acordo com um artigo, estar perto de quem a gente ama resulta diretamente em um aumento da nossa tolerância à dor.
 
Representatividade
 
Em 2019, a norte-americana Karen Uhlenbeck se tornou a primeira mulher a vencer uma das maiores premiações matemáticas do mundo, o Prêmio Abel. No Brasil, a italiana Luna Lomonaco foi a primeira mulher a ganhar uma das honrarias mais importantes da Sociedade Brasileira de Matemática.
 
A inclusão também esteve presente em outras esferas da sociedade. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) deixou de classificar a transexualidade como transtorno mental, a empresa de brinquedos Mattel lançou uma coleção de bonecas sem gênero.
 
Além disso, outro passo foi dado para a inclusão das pessoas com deficiência. Em setembro, estreou na TV Cultura a primeira série em português e em libras, que trazia situações do quotidiano de pessoas que são surdas e mudas.
 
Meio ambiente
 
As queimadas na Amazônia e os índices de emissões de carbono alarmaram quem se preocupa com o meio ambiente, mas os protestos contras os hábitos que geram mudanças climáticas podem ter animado essas mesmas pessoas. Em 2019, nomes como o de Greta Thunberg e o do Cacique Raoni deram forças aos que acreditam que ainda há tempo de salvar o nosso planeta.
 
Inclusive, algumas atitudes já estão sendo tomadas com esse intuito. No Rio de Janeiro, um grupo se mobilizou para replantar uma área desmatada de Mata Atlântica, melhorando a vida dos micos-leões-dourados que vivem por lá. Já em São Paulo, uma empresa passou a reciclar cápsulas de café, enquanto os cidadãos de Roma, na Itália, usaram garrafas de plástico para pagar por seus bilhetes de transporte público.
 
Graças a iniciativas como essas os biólogos estão conseguindo salvar animais ameaçados. Pela primeira vez em 30 anos sapos de uma espécie rara foram encontrados na Colômbia, e vaquitas foram vistas com filhotes, um bom sinal, pois só se tinha notícia da existência de 19 exemplares do animal no começo do ano.
 
A aliança entre a humanidade e as outras espécies também se mostrou presente a Tailândia, quando trabalhadores de uma plataforma de petróleo pararam o que estavam fazendo para salvar um cachorro, que nadava a 220 km da costa.
 
Aliás, é justamente essa união entre espécies que pode salvar os rinocerontes-brancos do norte, na África. Em setembro, uma equipe que atua no Sudão anunciou a fertilização bem sucedida de óvulos com o esperma do último macho da espécie, que morreu em 2018. Agora, os pesquisadores pretendem implantar os embriões em “barrigas de aluguel”, para que esse animal não seja extinto.
 
Saúde
 
Apesar das bizarrices, muitas coisas boas aconteceram na medicina em 2019. Pela primeira vez, médicos transformaram sangue tipo A em doador universal, o que pode diminuir as barreiras existentes hoje na doação de sangue, facilitando esse processo — e até salvando vidas.
 
Esse ano também foi a estreia bem sucedida da técnica conhecida como “animação suspensa”, método que refrigera o corpo e dá mais tempo para os médicos realizarem procedimentos emergenciais.
 
Outras notícias boas se relacionam com o tratamento de infecções. Enquanto uma vacina contra a dengue mostrou eficácia de 80% em testes e outra foi aprovada pela União Europeia para o combate ao Ebola, um novo tipo de vírus do HIV foi identificado, o que é importante justamente para o desenvolvimento de drogas para ajudar quem vive com esse microrganismo.
 
Feito no Brasil
 
Os intelectuais brasileiros mandaram bem em 2019. No começo do ano, uma equipe de veterinários de Minas Gerais virou notícia por sua eficiência e criatividade: eles usam peças de brinquedos para fazer próteses para animais que têm alguma parte do corpo amputada.
 
Meses depois, pesquisadores do Sul ganharam o noticiário quando identificaram e recriaram o rosto da múmia egípcia Iret-Neferet. A mulher viveu entre 768 a.C e 476 a.C e sua ossada é uma das duas únicas múmias do Brasil.
 
Duas brasileiras também deram o que falar: Patrícia Fonseca e Ana Luísa Beserra. A primeira é uma triatleta que, após um transplante de coração, se classificou para o Summer World Transplant Games (Olimpíada dos Transplantados) e participou da competição em agosto, ganhando sua primeira medalha (bronze). Já Beserra se tornou a primeira brasileira a ganhar o prêmio Jovens Campeões da Terra, da ONU.
 
 

Comentários