O presidente da Câmara Municipal de Taboão da Serra, Eduardo Nóbrega (PR),  fez um ultimato ao prefeito Fernando Fernandes (PSDB), na tribuna da câmara municipal nesta quinta-feira, 17. Ele exigiu que o prefeito garanta espaço ao PR na administração municipal alegando que o partido foi parceiro de primeira hora de Fernando Fernandes e ficou 8 anos fazendo oposição ao governo do ex-prefeito Evilásio Farias. O presidente também cobrou o cumprimento do plano de governo do prefeito, deixando claro que se isso não ocorrer será o primeiro a questionar.  Ele ainda garantiu que a câmara não vai se curvar. 

“Quero o espaço do PR na administração. O PR foi parceiro de primeira hora. Ficou na oposição por 8 anos, não teve um cargo na administração. O PR se posicionou, foi contra o governo Evilásio. Queremos o espaço do PR. E teremos o espaço do PR. Pode ter certeza que teremos. E se não tiver de acordo com o que o PR levou às ruas deixaremos o espaço. Isso faz parte da democracia participativa. Deixando claro que a câmara não se curvará a ninguém”, apontou o vereador.

Eduardo Nóbrega disse que tem esperança no governo de Fernandes. Também afirmou confiar no plano de governo, nos secretários já nomeados e no projeto político do prefeito, que veio “restaurar a cidade do tsunami chamado Evilásio Farias”. Ele quer que o prefeito cumpra o acordo firmado de dar a secretaria de Segurança Pública, ocupada atualmente por Gerson Pereira, ao ex-vereador Olívio Nóbrega. O prazo para que o prefeito cumpra o acordo expira no próximo dia 30.

O discurso contudente e revelador do presidente da câmara aconteceu no final da sessão destinada a apreciar em segunda votação os projetos  do Executivo que retira gratificação de produtividade aos médicos, o que aumenta para R$ 60 a hora de trabalho dos médicos,  o projeto que extingue 393 cargos na administração,  cria outros 129 e o projeto que aumenta de R$ 12 para R$ 14 mil os salários dos secretários municipais. Relembre a sessão passada aqui. Os salários dos secretários municipais de Taboão foram reajustados no final da legislatura passada com os votos contrários dos vereadores Cido e Onishi.

Sem conseguir os 7 votos necessários para aprovação dos projetos do Executivo que há três sessões estão “travando” as votações na câmara municipal os vereadores de Taboão da Serra aprovaram um pedido de vista e jogaram a apreciação dos projetos para o dia 5 de fevereiro data da primeira sessão ordinária da Casa.

Se fossem votados em bloco como queria o governo todos os projetos teriam sido rejeitados na sessão desta quinta. Com a ausência do vereador Marcos Paulo não haveria empate e o presidente Carlos Eduardo Nóbrega não poderia dar o voto necessário para desempatar a votação e garantir a vitória do governo. 

Como ocorreu nas sessões anteriores o embate a situação e oposição foi firme. Os vereadores da base não pouparam esforços usando o projeto que reajusta os salários dos médicos como pano de fundo para garantir a aprovação dos projetos em bloco. Mesmo assim os vereadores Cido e Eduardo Nóbrega se mostraram contrários ao aumento de salário dos secretários municipais.

Marco Porta agiu rápido defendendo o aumento e chamando os vereadores da base para blindar o secretariado. A preocupação dele em evitar que os secretários sejam alvos de convocação das comissões da câmara surgiu depois que a vereadora Érica da Enfermagem pediu a convocação da secretaria municipal de saúde para apresentar dados referentes ao número de servidores da pasta.