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Fernando Fernandes se prepara para voltar ao poder em Taboão

Por Sandra Pereira | 13/10/2011

Sandra PereiraEx-prefeito está fazendo articulação com partidos e diz considerar apenas duas candidaturas em Taboão

O ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB) é a peça chave da sucessão municipal de 2012 em Taboão da Serra. Pré-candidato declarado após deixar a prefeitura em 2004 ele espera, e, articula desde então a sua volta ao poder na cidade. Nos últimos meses Fernando Fernandes vem liderando as pesquisas informais, e, nos bastidores fazendo uma das maiores costuras políticas que o município já viveu. Há quem aposte que a eleição de Fernandes é certa. Mas, após a derrota de 2008, ele está mais cuidadoso. Fernandes fala dos opositores postos até o momento com respeito e admite que a eleição será difícil.

“Eu tenho um adversário, sou oposição ao governo, sempre me coloquei assim para a cidade. Acredito que vai ter o candidato do governo, que pela conjuntura deve ser o Aprígio, e, tem a candidatura do PT. Essas serão as três candidaturas colocadas para valer. As outras  são pra negociar”, avalia.

Agora, a meta do ex-prefeito é consolidar uma forte aliança partidária e atrair os partidos da base aliada do atual prefeito Evilásio Farias (PSB). Na empreitada para voltar a administrar Taboão o tucano conta com o apoio do PMDB, com quem ele tem o compromisso de indicar o vice-prefeito além do DEM e do PSC. “Esses partidos vão encabeçar as coligações. Nós temos ainda o PTC, o PTdoB, o PSL e o PPS, com quem fechamos agora”, revelou.

O ex-prefeito disse que a saída de Ronaldo Onishi do PPS para o PSB do prefeito Evilásio já era prevista, uma vez que o partido iria coligar com o PSDB. “O Onishi sabia que o PPS iria se aliar  a nós lá na frente. O partido é parceiro do PSDB em nível nacional. No âmbito estadual o PPS tem até secretaria. A gente conversava com o Onishi a respeito e com o partido também”, afirmou.

Fernando Fernandes admitiu que vem conversando constantemente com os partidos que apóiam o  prefeito Evilásio Farias. Ele avalia que a base governista deverá mudar no processo eleitoral, uma vez que os partidos escolhem os candidatos com quem tem mais proximidade. Partindo dessa premissa ele está empenhado em conseguir puxar uns partidos.

O ex-prefeito lembrou que a última arrecadação da cidade na sua gestão foi de R$ 174 milhões. Sobre a previsão de arrecadação de R$ 703 milhões para 2012 Fernandes disse acreditar que o Orçamento está superestimado. “Vamos supor que seja R$ 400 milhões. É mais do que o dobro de quando eu deixei o governo. Logicamente a população cresceu e com isso as demandas de saúde e educação”, aponta.

Fernandes antecipa que vai elaborar um programa de governo observando a macropolítica e dados concretos das principais demandas da cidade, especialmente na saúde, educação e no trânsito. “No caso da ampliação da oferta de vagas nas escolas, por exemplo, precisamos saber a demanda real e verificar quantas salas devem ser construídas”, adianta, acrescentando que também apresentará propostas para  a ampliação do sistema de saúde e a melhoria do atendimento.

 “Quero ver de perto a questão da terceirização do atendimento no Pronto Socorro Municipal. O contrato anual de R$ 34 milhões com IACTA é alto, pela qualidade do serviço prestado. As pessoas reclamam demais. Fui lá com meu filho num sábado à noite e fiquei decepcionado com a qualidade. Vi duas médicas novinhas comendo biscoito na sala enquanto uma senhora passava mal do lado de fora. A senhora foi reclamar e as elas disseram que tinham direito de se alimentar”, relatou.

Para o ex-prefeito Fernando Fernandes o problema dos congestionamentos em Taboão da Serra precisa ser tratado com mais seriedade. Ele disse já está procurando auxílio junto ao governo do Estado a fim de buscar uma alternativa para a malha viária da cidade. “Vamos ter que contratar uma consultoria técnica para resolver o problema. Não dá mais para encarar com achismo. Hoje o trânsito é um dos maiores problemas de Taboão”, pondera.

Segundo ele, a previsão inicial é de que o metrô chegue à cidade em 2015, mas, ele mesmo admite que  pode haver atrasos de até um ano.

Racha entre prefeitura e Estado


Ao longo dos últimos anos, durante a gestão do prefeito Evilásio Farias, o governo do Estado anunciou a vinda de vários equipamentos públicos estaduais para Taboão da Serra, mas, na prática, nenhum desses investimentos foi consolidado em razão da relação conflituosa entre as administrações municipal e estadual.  

Entre os equipamentos anunciados que nunca vieram pra a cidade estão o Poupa-tempo, a Etec, a Fatec, o Corpo de Bombeiros e o 2º Distrito Policial. Para Fernando Fernandes, os equipamentos não vieram porque a prefeitura não construiu os prédios que seria a contrapartida necessária para receber os investimentos. Ele admite que os moradores da cidade são os únicos prejudicados por essa relação ruim.

“A relação ruim é da prefeitura com o Estado. Para o Estado implantar os equipamentos a prefeitura tem que entregar o prédio. O grande gasto é do Estado que vai custear esses serviços para  sempre. No caso de Embu,  o governo construiu o prédio da Etec porque a cidade tinha direito ao recurso do Fumef. Taboão não tem esse recurso então não dá para o Estado construir o prédio”, observou, acrescentando que o fato de já ter sido governo e pertencer ao PSDB é positivo para a cidade.

Campanha limpa e propositiva


Fernando Fernandes garantiu que fará uma campanha propositiva, sem a já tradicional “guerra” de jornais que marcou os últimos pleitos na cidade. Ele revelou que não pretende usar as operações policiais contra a corrupção na campanha. Mas, antecipou que se for atacado vai se defender.

 “Estou tranquilo para andar na cidade. Não vou usar esse expediente na campanha. A população está informada e os fatos estão ai. Vou fazer campanha propositiva esse é o meu compromisso”, garantiu.

Relação da polícia com o PSDB


O ex-prefeito Fernando Fernandes rechaçou as  afirmações recorrentes de que há uma relação entre as investigações feitas pela Polícia Civil e o processo eleitoral de 2012,  visando beneficiar a sua candidatura a prefeitura da cidade.

“Para começar a indicação da Delegacia Seccional não é da deputada Analice, minha esposa. Se tiver alguma coisa de indicação política nisso é do deputado Caruso. Agora, será que a gente ia ter poder político para promover tudo isso, influenciar a Seccional, o Ministério Público e a juíza? E haja poder, hein? Se fosse a polícia que tivesse feito tudo era uma coisa, mas e o Ministério Público e a Juíza?”, questiona. “Isso  é uma maneira de depreciar o trabalho da polícia, do Ministério Público e da juíza”, completou.

Denuncias na venda do terreno do Shopping


Fernando Fernandes negou com veemência qualquer possibilidade de corrupção no seu governo. Ele rebateu a informação de que o Shopping Taboão não pagava IPTU e disse que não é dono de lojas no local, como costumam afirmar seus opositores. “Falaram que eu era do dono do Shopping o que é mentira. Eu tinha uma loja, em sociedade com outras pessoas e vendi”, contou.

 

 

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