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Greve de aeronautas atrasa voos na antevéspera do Natal, com filas em aeroportos

Por Assessoria de Imprensa | 23/12/2022

Ivan Martínez-VargasAtrasos por conta da greve causa filas no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

A greve de pilotos, copilotos e comissários chegou ao quinto dia nesta sexta-feira, provocando filas e atrasos em aeroportos na antevéspera do Natal. A paralisação ocorre diariamente, desde segunda-feira, entre 6h e 8h nos aeroportos de São Paulo (Congonhas, Guarulhos e Viracopos), Rio de Janeiro (Galeão e Santos Dumont), Porto Alegre, Belo Horizonte (Confins), Brasília e Fortaleza.

Segundo dados da Infraero, o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, teve oito atrasos e quatro cancelamentos de voo em decorrência da greve até 9h40. Já Santos Dumont teve cinco atrasos, e um cancelamento. O Aeroporto Internacional de Guarulhos registrou três atrasos.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, afirmou que a categoria estuda ampliar, nos próximos dias, os horários de paralisação caso não haja acordo com as companhias aéreas.

O SNA se reuniu na quinta-feira com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, onde recebeu uma proposta para encerrar a paralisação. No mesmo dia, mais tarde, quase seis mil trabalhadores da classe participaram de uma votação on-line que terminou com 59,25% de rejeição à oferta salarial por parte das empresas. Foram 59,25% votos contrários e 40,02% favoráveis, além de 0,73% abstenções.

Foi a primeira proposta patronal desde o início da greve. Ela previa reajuste da inflação pelo INPC (5,97%) e 1% de aumento real, em resposta à reivindicação de 5% da categoria.

— As empresas precisariam endereçar tanto a parte salarial quanto a questão das folgas. Se elas não podem fazer ambas, podem escolher uma reivindicação e atender na integralidade. O que veio foi um aumento real de apenas 1% sem nenhum endereçamento das cláusulas sociais — diz Hacklaender.

No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a companhia mais afetada pela greve é a Gol. Dos quatro voos cancelados, três deles eram da Gol (a Santos Dumont, Belo Horizonte, Curitiba) e um da Azul (a Belo Horizonte). Todos estavam previstos para o horário da greve.

40 minutos para despachar malas

 

Além disso, houve atrasos em voos com destino a Santos Dumont, Vitória e Porto Alegre. Nas áreas do check-in, o movimento estava mais intenso na manhã desta sexta que o de costume, mas apenas os guichês da Gol tinham filas grandes.

Segundo os funcionários da linha aérea no local, os atrasos afetaram mais a empresa do que Latam e Azul. Passageiros demoravam cerca de 40 minutos para despachar a bagagem por volta das 8h30.

Parte dos passageiros decidiu chegar mais cedo para despachar as bagagens, como o engenheiro civil Fernando S., de 60 anos. Apesar de seu voo para o Recife estar previsto para 9h40, ele e a esposa chegaram ao guichê da Gol em Congonhas às 7h40 para evitar problemas. Mesmo assim, precisou enfrentar uma longa fila.

— A gente tinha a esperança de que a greve acabasse, mas decidiu chegar cedo para não perder o voo, mesmo se ele atrasar. Por enquanto, está dentro do previsto — afirmou.

No Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior do país, apenas três voos operaram com atraso nesta sexta, de acordo com a concessionária GRU Airport.

No Santos Dumont, apenas o voo 1017, da Gol, para São Paulo, havia sido cancelado. Segundo a Infraero, cinco voos atrasaram em razão da greve dos tripulantes, sendo três da Gol (a São Paulo, Campinas e Brasília) e dois da Azul (a Cuiabá e Porto Seguro).

A negociação dos trabalhadores e empresas é mediada pelo TST, que determinou ao sindicato que ao menos 90% do efetivo de tripulantes permaneça em suas funções durante a greve.

A esteticista Lúcia Germano, de 65 anos, e o contador Mauri Germano, de 67, estavam no aeroporto Santos Dumont nesta manhã, esperando um voo para Campinas, onde vão passar o fim de ano com a família. Com as passagens nas mãos, o casal afirmou estar apreensivo com a possibilidade de ter o voo cancelado ou atrasado pela greve, mas demonstrou apoio à causa dos aeronautas.

— É uma pena que tenham que fazer uma paralisação dessas para ver se conseguem alguma coisa, mas acho justo que façam isso — disse Lúcia.

 

 

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