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Um ano de pandemia e as mudanças na rotina da população

Por Mariana Félix | 8/04/2021

.Jornal na Net - Taboanenses tem rotina afetada há mais de um ano

A pandemia causada pelo COVID-19 mudou a rotina das famílias, há mais de um ano os cidadãos precisaram se reinventar, em todo o mundo. Ficar dentro de casa em tempo integral faz com que as famílias enfrentem dificuldades, algumas de convivência e outras financeiras.

Os comércios na região também estão sofrendo com os fechamentos, a cidade está seguindo as fases do Governo do Estado, que já chegou até a amarela e hoje, regrediu para a emergencial. Apenas mercados, padarias e farmácias permanecem abertos, pois, são os três que suprem a necessidade da população.

A equipe do Jornal na Net entrevistou alguns moradores e entendeu um pouco mais da rotina de cada um.

Kethelyn Rocha de 19 anos, mora no Jardim Record e o ano de 2020 foi marcado por perdas de pessoas importantes de sua vida “esse ano está sendo um pouco melhor, no começo do ano passado perdi uma pessoa importante e isso afetou minha família e a minha saúde mental. O problema é que coloquei muita expectativa para 2021 e pelo que estou vendo, vai ser igual 2020”.

Para Silvio Rodrigues, 48 anos, que tem um comércio local na região do Trianon, a fase emergencial está sendo um sufoco para ele e sua família “nossa única fonte de renda é o bar, se eu deixo fechado do jeito que o Dória quer, eu morro de fome, tenho três filhos para criar, estou deixando aberto meia porta e tomando todos os cuidados”.

A saúde mental entrou no em pauta nos últimos tempos, a taxa de suicídios cresceu 8% de um ano para o outro e a psicóloga Barbara Oliveira explica o avanço:

“As pessoas tem matado mais nessa pandemia, eu já cheguei a ouvir de um paciente que era melhor ele se matar já que em breve a Covid mataria ele, é triste demais tudo isso, um pai de família não vê luz no fim do túnel e acha que a solução é se matar, como falar pra ele que vai ficar tudo bem em breve quando ele não consegue pôr o que comer em casa hoje?”.

O Centro de Valorização a Vida (CVV) tem prestado muito apoio a quem não tem condições de pagar psicólogo e precisa de ajuda de um profissional, os colaboradores atendem por telefone, basta discar 188 em qualquer telefone que terá um profissional do outro lado da linha pronto para te atender.

Bárbara também explica que ocupar o dia com pequenas tarefas que seja, ajudam muito nas crises de ansiedade “é importante a pessoa voltar com um hábito antigo, se ela gostava de ler, cozinhar, escrever, pode ser uma forma de aproveitar melhor o dia e tentar não surtar em meio a essa crise”.

Kethelyn diz que voltou ao hábito da leitura e que isso tem ajudado muito ela “voltar a ler foi importante para mim, consigo me distrair bastante e era algo que eu sempre gostei e tinha perdido o hábito”.

A mulher de Silvio, Regina Rodrigues está fazendo brigadeiros para ajudar a completar a renda, os bolos de pote e os copos da felicidade tem feito muito sucesso na região “sempre tem alguém aqui querendo os bolos da Regina, estão nos ajudando um pouco com a renda” explica Silvio.

Gabriela Rocha, 24 anos, trabalha em uma empresa de Marketing Digital e faz Pós-Graduação na área, conta que a sua rotina tem sido puxada “passo o dia inteiro sentada na frente do computador, há mais de um ano eu não sei nem o que é pegar um ônibus, sinto falta de ver gente, comecei a pós em junho de 2020 e achei que esse ano iria voltar presencialmente, o trabalho home office me consome a cada dia, tenho trabalhado o triplo desde que comecei a trabalhar em casa”.

Seis em cada dez famílias perderam algum ente querido para a Covid-19, Luan Simões sofreu o triplo com isso, em um ano a doença levou a irmã a tia e o avô “em 18 anos eu nunca tinha perdido ninguém e em um ano eu perdi três pessoas de uma vez, pensei em tirar minha vida também, o que me ajudou foi Deus e minha família porquê de verdade, vontade não faltou”.

A nova realidade tem trazido tantos pontos positivos quanto negativos, mas, se cada um fizer a sua parte em breve tudo acaba. Não se esqueça dos cuidados básicos de higiene e do principal: Ficar em casa.

 

 

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