Por Sandra Pereira | 25/08/2015
Sandra PereiraLelo pediu que os políticos da cidade se empenhem no debate de temas de interesse da população e deixe o município crescer para superar a crise
Atualmente considerada impossível, a paz entre o prefeito Fernando Fernandes e o presidente da Cooperativa Habitacional Vida Nova Nova, José Aprígio, pode ser selada em breve. Ao menos esse foi o desejo externado pelo empresário Joel Garcia de Oliveira, o Lelo, durante a aula inaugural da faculdade FECAF, nesta segunda-feira, 24, em Taboão da Serra. Elo entre os dois adversários, já que é dono de 3% da rua alvo de litígio entre a prefeitura e Aprígio, e, amigo pessoal declarado do prefeito há mais de 20 anos, Lelo afirmou que vai atuar entre ambos para que a “guerra” em andamento seja encerrada. Enfático, ele observou que só os vendedores de armas ganham com as guerras e chegou a alertar que os vereadores da cidade deveriam se ater à pratica da política propositiva, ao debate de temas de interesse da população e a criação de leis capazes de melhorar a vida das pessoas. O prefeito disse que a paz deve ser bilateral e afirmou que a ameaça de CPI é decisão do Legislativo e não tem haver com o Executivo.
“É minha obrigação como cidadão e como pessoa sempre tentar trazer a paz. Costumo dizer que na guerra só uma pessoa ganha: o vendedor de armas. Os outros todos perdem. Sou a favor de uma política que discuta ideias, projetos, não que não discuta picuinha ou coisa pessoal. Sou contra isso. Não agrega valor. Para algumas pessoas quanto mais lenha na fogueira, é melhor. Existe muitos vendedores de armas nesse caso. Para muitos a disputa fora do campo das idéias é bom”, disse, acrescentando querer a paz entre ambos. “Torço para que os dois discutam o futuro da cidade. Acho que a Câmara vai se portar de forma madura. O Fernando já me disse várias vezes que acha legítima a candidatura de Aprígio e concorre com ele sem problemas. Isso é democracia. Fernando não tem nada contra o Aprígio ser prefeito”, complementou.
Aos vendedores de armas, e aos vereadores, Joel Garcia mandou o seguinte o recado: “Ah por favor, nos deixe em paz, deixe a cidade ser feliz. Merecemos coisas melhores. Gente voltada aos verdadeiros problemas da cidade. Temos problemas mais sérios a serem discutidos. A Câmara tem que se preocupar primeiro com a crise econômica, em abrir novos postos de trabalho, ao invés de ficar guerreando e fechar postos de trabalho. A preocupação deveria ser essa: abrir mais empregos já que esse será um problema que vamos enfrentar nos próximos três anos. Isso é importante, isso tem que ser pauta na Câmara. Temos a questão educacional os alunos chegam ao ensino médio semi-analfabetos. São tantas questões sérias e necessárias talvez esse seja o caso dos vereadores abordarem semanalmente esses temas”, afirmou em tom didático.
Comprovando ser mais político que muitos políticos negou boatos de que o prefeito também seria dono da FECAF e fez elogios abertos ao empreendedorismo de Aprígio, segundo ele evidenciado nos condomínios erguidos pela cooperativa que ele preside. Sem reservas Lelo falou sobre o tema com a imprensa. Disse que a ameaça de CPI contra Aprígio faz parte de um jogo político travado por “vendedores de armas” a quem preferiu não denominar. Questionado se seria uma espécie de soldado da paz o empresário não titubeou em afirmar que sim.
“A abertura dessa rua ajudou muito a população. Muita gente da cidade trafega por ela. Quando a rua era particular isso não acontecia. A prefeitura foi beneficiada com a abertura da rua. Nós arcamos com a construção inteira. A rua só favorecia a cooperativa e a nós. Agora favorece a todos. Foi mais um ato de cidadania do que qualquer coisa”, explicou, afirmando esperar que a Justiça não determine o fechamento da rua pois se acontecer “a população ficará chateada”.
De acordo com Lelo a ação foi fruto de um momento político diferenciado que já não existe mais. A respeito da ação que a prefeitura entrou na justiça, pedindo ressarcimento financeiro, Lelo classificou os valores de absurdos. “Esses valores de R$ 200 milhões são absurdos. Porque R$ 199 [milhões] é dano moral. E eu nunca vi dar um dano moral acima de 20, 30 mil reais. Eu também não sei que dano moral a prefeitura sofreu. Eu acho que isso tem um cunho político, essa ação foi impetrada num momento de campanha. Campanha essa que já passou. Agora o momento político é outro”.
Para Lelo Aprígio e o prefeito Fernando Fernandes atualmente estão em outras fases e são pessoas civilizadas. “Os dois são civilizados. Não estão mais em guerra. Antes tinha uma dose política muito grande. Falam que o prefeito é dono da escola. E que sócio daria um tiro no próprio pé? Então ele move uma ação em que a escola é réu? Que sócio é esse?”, questionou.
Assim como Joel o prefeito não quis nominar os vendedores de armas. “Existem aqueles que vivem na política do conflito. Exercem seu papel. Aquilo que acreditam e esperam da política. Eu não faço política dessa maneira, mas tem gente que faz. Eu não vendo armas, vendo empreendedorismo”, avisou.
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