Chico Brito e movimentos sociais pedem urgência na canalização do Pirajuçara

O prefeito Chico Brito, com apoio dos movimentos sociais, articula a retomada da canalização da Bacia do Pirajuçara e a construção de moradias para as famílias que se encontram em situação de risco à beira do córrego.

Eles querem a retomada dos trechos 1, 2 e 3, com cerca de 3.000 m², que  vai até a rua Andorinha dos Beirais. Pedem ainda a ampliação do projeto para o trecho 4, que se entende até a rua Flamengo.

Além disso, o prefeito e os movimentos querem definir rapidamente uma data, antes que a iminência de uma nova chuva forte volte atingir o local.

Essa discussão aconteceu durante a "Plenária pelo Saneamento e Canalização do Córrego Pirajuçara", com 2 mil pessoas, ocorrida na manhã de sábado (8/3), no Jd. Emílio Carlos, no campo de futebol do Irene, na Associação Internacional de Interesse à Humanidade, do líder Marcos Guarani. O evento foi conduzido pelo secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Geraldo Juncal.

Segundo o prefeito, a ideia é a Prefeitura fazer uma reunião, em até 10 dias, com a Secretaria Estadual de Habitação, Sabesp e DAEE para fechar o cronograma do empreendimento. "A meta é desenvolver o projeto e assinar o contrato com a empresa ainda neste ano", enfatizou.

"O Governo Federal já liberou, em 2009, R$ 50 milhões para a canalização e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) disponibilizou um terreno para as habitações", revelou Chico Brito.

Sobre as moradias, ele explicou que poderão ser construídas 900 unidades em uma área da região do Jd. Santo Eduardo, desapropriada pela CDHU em dezembro de 2012. O financiamento deverá sair pelos programas "Minha Casa Minha Vida" e o "Casa Paulista". 

Representantes do Governo de São Paulo compareceram e firmaram o posicionamento estadual. “Reafirmamos o compromisso em viabilizar o mais rápido possível a construção das moradias”, disse Lacir Baldusco, da Secretaria Estadual de Habitação. Já o gerente regional da Sabesp, Cristovão Silva, confirmou a retomada do projeto e a implantação do coletor-tronco que levará o esgoto das casas até o Pirajuçara.

O deputado federal Carlos Zarattini esteve no encontro e destacou que a luta incessante de todos provocou esse avanço, e fez um apelo para que a população não esmoreça: "A luta continua", bradou.

O membro  do Movimento Periferia Ativa, Josué Augusto do Amaral, disse que seu grupo vem atuando em conjunto com as famílias afetadas, cobrando apoio das autoridades e acompanhando o andamento do projeto por meio de reuniões. "Ainda é cedo para se posicionar, mas o ato de hoje mostra como a mobilização popular colabora para que as soluções não sejam tão morosas", afirmou.

A canalização é um imbróglio que vem se arrastando desde 2005, e hoje, com os recursos liberados pela União, a cessão do terreno pela CDHU e a predisposição da Prefeitura de Embu das Artes, autoridades e da Sabesp, a realidade é outra. Mas ainda restou uma questão no debate: como iniciar imediatamente a canalização com a presença de casas e da população no entorno do córrego, já que as novas residências só ficarão prontas em dois anos?

Outra demanda levantada pela líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Vanessa de Souza, foi a respeito de pagamento de indenizações às famílias atingidas pelas enchentes em janeiro.

Pensando nisso, Chico Brito propôs uma reunião nesta semana entre a Prefeitura, Comissão das Enchentes, demais órgãos e o DAEE para decidir que uma parcela dos R$ 50 milhões seja direcionada ao pagamento de aluguel social às famílias (que deverão ser retiradas) e à indenização pelos bens perdidos na inundação. "Se não remanejarmos as pessoas, a Sabesp não começará a obra", alertou ele.

O prefeito completou ainda que, como parte da solução, uma cota desse contingente irá morar no residencial com 80 apartamentos que serão entregues em agosto deste ano, no Jd. São Marcos.

A Grande Plenária foi acompanhada por muitas outras autoridades como o vice-prefeito Natinha, pelos secretários municipais e vereadores de Embu das Artes (presidente da Câmara Doda Pinheiro, João Leite, Edvânio Mendes, Clidão do Táxi, Jabá do Depósito, Luis do Depósito e Jefferson do Caminhão); e por Eliana Falque (Subsecretaria de Desenvolvimento da Casa Civil estadual).

Outros movimentos e entidades presentes foram: Movimento Terra Nossa, Instituto Didake, Comissão de Combate à Enchente do Córrego Pirajuçara, Associação Internacional de Interesse à Humanidade, Sociedade Comunitária Jd. São Benedito, Associação Pró-Mordia Alto da Riviera, Movimento Agência Azul de Inclusão Social, representante do Sindicato dos Químicos, Sindicop e o sr. Nestor (Pq. Fernanda).