Conferência de Saúde discute novos conceitos

Por Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes | 27/11/2013

Ampliar a cobertura do programa de Saúde da Família, com inclusão de equipes de Saúde Bucal, garantir política pública de saúde integrada, investir na educação e saúde de trabalhadores do setor, aprimorar serviços específicos como os de zoonose, fortalecer a promoção da saúde com práticas complementares, como acupuntura e fisioterapia, implantar novas referências para especialidades e exames, garantir ampliação do financiamento do Serviço Único de Saúde (SUS), além de uma ação intersecretarial, que inclui até novos itinerários no transporte municipal para facilitar acesso às unidades de saúde. Essas são algumas medidas propostas pelos participantes da IX Conferência Municipal de Saúde de Embu das Artes, realizada em 23/11, na Câmara Municipal.

Na abertura do encontro, que contou com 200 pessoas, o prefeito de Embu das Artes, Chico Brito, destacou que o tema saúde é responsabilidade de todos: governantes, instituições, pessoas que trabalham e usam o serviço, nas esferas federal, estadual e municipal. “Todos nós somos responsáveis, para promover os avanços em qualquer política pública, em qualquer tema. É dever do Estado, das instituições, da sociedade zelar pela política pública”, disse o prefeito.

Contou que ficou abismado com a limpeza das ruas no Peru, país que visitou recentemente. “É um país do terceiro mundo e não se acha papel na rua. No Brasil temos uma relação ruim com o espaço público, que, se é de todos, é de ninguém. Temos um problema com o que é coletivo”. Ilustrou sua fala com alguns exemplos, como a dificuldade de manter papel higiênico no banheiro do PS Vazame e a reposição de chuveiro no setor de limpeza urbana, continuamente furtados. “Os black blocs são a maior expressão disso.”

Rótulo negativo do sistema


A análise de Chico Brito, que é sociólogo, vai além. A verba da saúde no município que era de R$ 44 milhões em 2009 hoje é de R$ 120 milhões. “A pergunta é: se o orçamento cresceu, porque muita gente tem a sensação que não melhorou?” Para o prefeito, faltam profissionais porque não há faculdades suficientes para formar médicos e os que se formam não têm formação geral e se especializam cada vez mais cedo, preferindo estágios em hospitais como Albert Eistein e Sírio Libanês, em São Paulo, a unidades de saúde e prontos-socorros, como o do Vazame.

"O Vazame faz mais de 100 mil atendimentos/mês. Aí tem cinco problemas, que valem 99.995. Há um rótulo negativo da saúde e uma das maiores injustiças com o SUS, para quem acha que o sistema deve acabar”, disse Chico Brito. Na sua visão, dos anos 1970 para cá houve banalização na educação, com muitas escolas e formação precária, e elitização na saúde, com poucas faculdades. Na escola do passado o povo não estava dentro e foi um ato de coragem do governo federal derrubar o corporativismo na medicina, com o programa Mais Médicos.

Consciência sanitária cubana

 Para o vereador Sandoval (Doda) Soares Pinheiro, presidente da Câmara, a saúde no País passa por uma “crise educacional, cultural e social”. O governo da cidade melhora o atendimento médico, que passa a ser procurado pela população que não reside no município. “É um orgulho para nós, e uma preocupação.”

Melhorar a Saúde É Responsabilidade de Todos foi o tema da palestra do doutor em saúde pública e  presidente do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde Coletiva (CBESC), Nelson Bedin. E a secretária municipal de Saúde, Sandra Magali Fihlie, falou de “consciência coletiva de saúde”, “consciência sanitária”, termos que vêm sendo colocados pelas seis médicas cubanas que prestam serviço na cidade há 20 dias.

“Em Cuba, as mulheres procuram a unidade de saúde para fazer exames de gestação, prevenção. As médicas falam de consciência sanitária, da prevenção até a atuação na comunidade. No Brasil, fazemos campanhas, temos de buscar as mulheres para exames de rotina. Construir um SUS com responsabilidade passa pela consciência coletiva”, disse a secretária.

A ideia geral dos oradores é de que devemos contar com um serviço de saúde de qualidade, mas para ter a boa saúde temos todos de fazer a nossa parte, partindo para a prevenção, praticando exercícios físicos e recorrendo a uma alimentação balanceada. A conferência contou com atividades cultural e esportiva, mostrando, por exemplo, a importância de projetos como a construção de equipamentos para esportes, instalação de academias públicas, iluminação de praças para que a população possa ter mais saúde.

Participaram ainda do encontro a presidente do Conselho de Saúde, Edginalva Dantas, o vereador João Leite, os secretários municipais Valdir Barbosa (Turismo), Paulo Vicente (Educação), a secretária adjunta de Saúde Maria da Graça

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