Discurso do presidente da Câmara inflama sessão em Taboão da Serra
Por Sandra Pereira | 20/11/2013
O discurso do presidente da Câmara de Taboão da Serra, Eduardo Nóbrega (PR) pôs fogo na sessão desta terça-feira, 19. A Casa estava lotada de integrantes do Movimento Cultural aguardando a votação da emenda ao Projeto Plurianual (PPA) que destina verba do orçamento municipal ao Fundo de Cultura. O PPA e as emendas foram aprovados na primeira votação ocorrida em sessão extraordinária realizada às 17 horas. Já na sessão ordinária as Comissões de Justiça e Redação e Finanças e Orçamento solicitaram 5 dias para analisar as emendas ao PPA. Eduardo Nóbrega, explicava o fato de tribuna, disparando críticas veladas aos pares quando Lune fez um gesto para o público indicando que tudo não passava de “conversa mole”. De pronto o presidente taxou o parlamentar de hipócrita, disse que ele não sabe cumprir acordo e o acusou de jogar contra os pares e a Casa. Lune disse que se sentiu desrespeitado pelo presidente e reclamou que as críticas recebidas são de cunho pessoal. Ele confirmou o gesto feito aos artistas.
“Não quero crer que as comissões tenham algum interesse escuso que não seja a votação do PPA e o apoio a nossa emenda. Seria irresponsável colocar nas costas da Comissão de Finanças ou de Justiça a responsabilidade, já que vossas excelências já se comprometeram a votar favorável e o homem tem que assumir e honrar seus compromissos”, alfinetou citando os vereadores Cido (DEM) e Marco Porta (PRB).
Logo em seguida Eduardo Nóbrega mirou em Luiz Lune alegando que ele era conhecido por todos “como alguém que assume compromisso e não cumpre”. “Não há motivo para irresponsabilidade do vereador Lune de ficar fazendo movimento contra o Cido e o Porta. Vossa excelência está passando dos limites. Precisa ter mais consciência. Cobra compromissos, mas não cumpre. É conhecido por todos na cidade como quem não cumpre sua palavra”, bradou.
Questionado pelo Jornal na Net sobre seu discurso e as “alfinetadas” contra os pares o presidente disse que achou razoável os vereadores Cido e Porta terem pedido prazo. “Eu podia ter feito um discurso de inflamar os movimentos culturais contra os vereadores, mas eles não estavam. O Lune está sendo desrespeitoso com a Casa. Já disse que fomos ridículos em ficar debatendo. Cobra compromissos que não existiram e tudo de tribuna. Chega o momento que é preciso alertar o colega sobre os limites dele”, citou.
O presidente disse não ter dúvida de que a emenda da cultura será aprovada e sancionada pelo governo e adiantou que posteriormente deve ser feita uma discussão sobre quanto deve ser aplicado no fundo.
O vereador Luiz Lune disse que o executivo está mandando na Casa. Relatou que a votação das emendas estava certa até que o presidente recebeu um telefonema do executivo e reclamou do fato da “base” demorar a se entender. Falou que estava disponível para receber as desculpas do presidente, e pouco depois ambos se abraçaram.
“Não fizemos nada hoje porque ficamos discutindo, discutindo as emendas e depois de um telefonema elas foram retiradas”, disse.
O vereador professor Moreira defendeu Luiz Lune, pediu desculpas aos artistas em nome da Casa e disse não acreditar que o governo destinará verba do orçamento para o Fundo de Cultura.
Já o vereador Marco Porta negou qualquer problema de entendimento entre os pares e garantiu que a comissão precisa dos 5 dias para apreciar corretamente as 27 emendas ao PPA. Ele antecipou voto favorável à emenda da cultura e admitiu que ela é uma das mais complicadas.