Poeta Tin Tin Alves ganha prêmio nacional de poesia

Por Sandra Pereira | 23/06/2013

O poeta Nilton Francisco Alves, o Tin-Tin Alves, não vai esquecer a emoção que sentiu na noite da sexta-feira 21 de junho quando participou da premiação denominada de Poesia em Movimento promovida em parceria pela Editora Delicata e a Universidade Paulista (UNIP). A premiação reuniu poetas de todo o Brasil. Tin Tin venceu a premiação na categoria Poesia com o poema Vida no Jequi. Ele diz ter sido tomado de emoção ímpar ao ver a sua obra transformada em coreografia e música.

“O tema do concurso foi Poesia em Movimento. A seleção aconteceu em nível nacional e a premiação ocorreu no auditório da UNIP Campos Norte. Eles chamaram todos os poetas para declamar e eu já estava aflito quando começou a tocar uma música muito bonita e uns artistas entraram fazendo uma coreografia. De repente eu pensei que parecia com a minha poesia. Foi marcante. Me emocionei demais quando ouvi a primeira parte do meu poema”, relatou.

Tin Tin Alves escreveu o poema Vida no Jequi no ano de 2006, na cidade baiana de Itaobim, conhecida como Terra da Manga. Cada trabalho dele é precedido de ampla pesquisa, o que garante a qualidade histórica do seu material.

“O poema retrata o fato de todos sermos do mesmo chão. O Vale do Jequitinhonha é chamado de Vale da fome, mas para mim é uma terra rica em cultura. Temos vários poetas e muita literatura”, conta o poeta.

Tin Tin Alves é cordelista,contista e cronista. Graduado em Letras e especialista em literatura, nasceu na cidade mineira de Fronteira dos Vales. É cooperador da Casa de Cultura Santa Tereza há 13 anos, participando ativamente como coordenador da tenda de poesia. Atualmente mora no Jardim Nayara, em Embu das Artes desde 2004 e faz parte do grupo de poetas da antologia Pró-ética das Artes da IV SeLic ( Semana Lítero Cultural de Embu das Artes). Tin Tin é irmão do vereador Aparecido, o Cido, de Taboão da Serra.


Leia a íntegra do Poema premiado de Tin Tin Alves:


Vida no Jequi

Pó do mesmo pó
Filho do massapé
Arte da terra
Sete palmos, Nada mais...
Escavados com suor
Pra viver e-ter-ni-da-de...

Sou torrão efêmero
Na natureza eterna
Amolecido com água,
Do mesmo torrão vertida.

Sou morte, sou vida.
Filho deste torrão
Com calos calcando o chão
Chão do qual sou,
Qual meu não é.

Sou Buriti
Que de pouca água carece.

Sou Jequi,
Sem Onhas pra sonhar...

Sou da vida a labuta
Num eterno definhar.

Sou parte da arte
Que da vida parte
Reparte e parte
Pro eterno labutar

Sou Jequi...

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