Iacta vai deixar Antena dia 31 e SPDM assume gestão do local no dia 01 de abril
27/03/2013 | Sandra Pereira
A Iacta Saúde, que administra o Pronto Socorro do Antena, já tem data certa para deixar Taboão da Serra. Essa semana a empresa foi notificada pela prefeitura do rompimento do contrato. No próximo dia 01 de abril a Sociedade Paulista de Medicina (SPDM) assumirá o atendimento no Antena. A meta é que a SPDM também assuma a gestão do Akira Tada e do Pronto Socorro Infantil do Santo Onofre. A entidade já gerencia o Hospital Geral do Pirajuçara e o AME Taboão. Além de garantir as melhorias que a população há muito tempo reclama na área da saúde a prefeitura agora atua para intermediar o impasse criado entre a Iacta e os 250 servidores que atualmente trabalham no Antena. O prefeito Fernando Fernandes deve anunciar nos próximos dias a rescisão do contrato com a Iacta.
A saída da Iacta do PS Antena, foi discutida nesta terça-feira, 26, numa espécie de reunião de conciliação, com a participação de integrantes da empresa, da secretária de Saúde Raquel Zacainner e os sindicados que representam os servidores lotados no Antena. O clima do encontro foi tenso. Os sindicatos lutam para garantir o pagamento de direitos trabalhistas e a manutenção dos empregos, a Iacta busca receber todos os três meses devidos pela administração do ex-prefeito Evilásio Farias, enquanto a secretária de Saúde tentava equilibrar a discussão. Os vereadores Cido e Moreira participaram da reunião. Há mais de um ano Cido vinha defendendo o rompimento do contrato com a Iacta.
“Vamos condicionar essa dívida ao pagamento do funcionalismo. É isso que está sendo discutido. É isso que vai ser feito. O mandato anterior não poderia deixar de pagar a Iacta e permitir o acúmulo dessa dívida. A prefeitura hoje está procurando a melhor via. Agora numa situação dessas claro que vai ter prejuízo para todas as partes. Temos que trabalhar para os danos serem minimizados”, afirma a secretaria, sem falar em prazos para o pagamento. Ela acrescentou que a prioridade atual é garantir o pagamento das rescisões e a contratação pela SPDM de boa parte dos 250 funcionários atuais da Iacta.
Os representantes dos sindicatos dos Enfermeiros e dos Empregados dos Estabelecimentos de Saúde de Osasco e Região (SUEESSOR) revelaram ter informações de que a SPDM já está contratando profissionais para trabalhar em Taboão da Serra. Os integrantes de ambos querem garantias concretas do pagamento das rescisões trabalhistas. Alguns defenderam a paralisação imediata dos serviços até que haja garantias de pagamento. Eles também pediram acesso ao contrato com a SPDM.
“Sabemos que houve atrasos. Sabemos das dificuldades. Mas o pagamento dos funcionários tem que resolver. Esse é o principal ponto agora”, disse Amilton Arlindo de Moura. “Os funcionários agora têm o direito de escolher se querem assumir plantão nessa condição de insegurança”.
Já os representantes da Iacta Saúde alegaram que foi preciso fazer “ginástica financeira priorizando o pagamento dos salários”. O advogado da Iacta, Luciano Cordeiro, admitiu que houve desabastecimento de materiais nos últimos meses em razão da falta de pagamento. Ele disse que a piora da qualidade do atendimento no Antena foi conseqüência da falta de pagamento nos últimos três meses de 2012. Segundo o advogado a empresa tinha esperanças de permanecer em Taboão e por conta disso não rompeu o contrato.
“A intenção é que a prefeitura nos pague para que possamos chamar os funcionários e pagar. Agora não posso dar essa garantia sem receber. Não vamos sair porque a Iacta quer, estamos saindo porque a prefeitura quebrou o contrato”, afirmou Luciano Cordeiro.
Enquanto a reunião acontecia, do lado de fora da secretaria de Saúde, servidores lotados no Antena aguardavam ansiosos por uma solução para o impasse. A maioria deles esperava ser recontratado. Todos deixaram claro as condições ilegais e até desumanas às quais foram submetidos nos últimos meses.
“Já trabalhei com acesso de medição no braço”. “A gente só tem 15 minutos para fazer as refeições”. “Nós últimos meses enfrentamos muita falta de material”. “Trabalhamos num clima de insegurança”. “Os pacientes reclamam do atendimento, mas a gente também sofre de ver aquela situação”. “Trabalho lá e já perdi parente por causa da falta de estrutura”, se queixavam.