Vice-prefeito de Embu-Guaçu é preso acusado de acobertar falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina
Por Sandra Pereira | 19/04/2010
O médico Fernando Sapede, vice-prefeito de Embu-Guaçu, foi preso nesta segunda-feira, por volta das 12h30, na prefeitura da cidade, acusado de favorecer os crimes de falsidade ideológica e exercício irregular da medicina. O vice-prefeito é acusado de contratar para trabalhar em sua clínica na rua Boa Vista, nº 56, o brasileiro, Rodrigo Olmado, formado em Medicina na Venezuela. O médico não tem autorização do Conselho Regional Medicina para trabalhar no Brasil.
Rodrigo Olmado foi detido enquanto estava trabalhando na clínica do vice-prefeito. Os dois foram levados para a Delegacia Seccional de Taboão da Serra, onde vão aguardar que a Justiça decida se eles vão responder aos processos detidos ou em liberdade.
Vice-prefeito também é secretário de saúde da cidade
De acordo com o delegado Erasmo Pedroso o médico formado na Venezuela trabalhava na clínica do vice-prefeito onde prescrevia medicamentos e exames no nome de Fernando Sapede. As receitas emitidas por Rodrigo Olmado eram assinadas e carimbadas em nome de Fernando Sapede.
“Os dois vão responder por falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão. Isso não quer dizer que Olmado não é um bom médico. Mas, independente disso ele não tem autorização para exercer a medicina no Brasil”, afirmou o delegado. “Como eles não são marginais na verdadeira acepção jurídica devem responder em liberdade condicional”, complementou.
O delegado disse que Rodrigo Olmado admitiu que atendia e prescrevia em nome de Fernando Sapede, com o conhecimento e anuidade dele e com a função de garantir lucro ao vice-prefeito, já que a clínica é de sua propriedade.
Erasmo Pedroso Filho contou que a polícia descobriu o fato por meio de uma denuncia anônima.
Recentemente o vice-prefeito foi acusado de dirigir embriagado e atropelar um jovem na cidade. O carro dele na ocasião estava com o IPVA atrasado desde 2006.
No começo da noite os dois acusados foram levados para a Delegacia Central de Taboão da Serra, até que seja decido se eles vão ficar em liberdade ou encaminhados ao CDP de Itapecerica da Serra. Os dois foram levados algemados e foram tratados como presos comuns até a chegada dos advogados.
A reportagem do Jornal na Net não pode conversar com o vice-prefeito. Na prefeitura da cidade os funcionários tentaram negar a prisão dele.
No final da noite pessoas ligadas aos dois disseram que a prisão deles teria sido armada pela oposição na cidade.
O médico que se formou na Venezuela justificou que deu entrada no CRM há dois anos e aguarda a liberação do seu número de registro no Brasil para poder trabalhar. Ele disse que cumpriu todas as exigência antes de dar entrada no CRM. Na Venezuela ele trabalhava como cirurgião.