Mutirão faz casas pré-moldadas no Morro do Sabão em Taboão da Serra

Por Prefeitura Municipal de Taboão da Serra | 15/04/2010

Aos 21 anos, o estudante de arquitetura Eduardo Chagas deixou de viajar no último sábado, 10 de abril, para participar do mutirão que constrói casas de emergência em comunidades carentes. Ele é um dos 52 jovens voluntários da Ong “Um Teto Para o Meu País”, que em parceria com a Prefeitura de Taboão da Serra estão construindo dez casas na favela do Morro do Sabão, em Taboão da Serra.

“As casas pré-moldadas em madeira, são simples, mas muito bem projetadas”, explica Fernanda Lima, 23 anos, diretora social da Ong. Os painéis de madeira que formam a parede chegam prontos, o piso é feito por tábuas e a cobertura é formada por telhas. A casa fica sobre pilotis, cerca de 40 cm elevados do solo, para prevenir umidade. 

As moradias são construídas de dois a três dias, sendo um grupo de 10 universitários para cada unidade. Em Taboão da Serra, as obras começaram no último sábado, dia 10 de abril e serão entregues na segunda-feira, dia 12. Na terça feira, dia 13 as residências serão pintadas pela parceria com uma empresa de tintas.

O que talvez pareça pouco, para muita gente faz uma grande diferença. É o caso da faxineira Angela Nazaré da Silva Maximo, 41 anos, que mora com o marido José Rubens, oito filhos entre 4 e 23 anos e dois netos. “Estou nesse barraco há 9 anos, o chão estava todo rachado, as madeiras podres e chovia dentro, agora vou poder ter uma casa decente onde meus filhos e netos poderão trazer os amigos”, emociona-se.

O mesmo acontece com a desempregada Cristina Palmeira, de 27 anos, que vivia com 4 filhos, em um barraco que já estava inclinado devido a obra de um vizinho, além de sofrer com bichos e o frio que entravam pelas frestas das madeiras. “Antes aqui, até no calor sentíamos frio. Minha filha de 3 anos tem problemas respiratórios e agora vai melhorar muito”, comemora.

No Brasil, a casa-padrão erguida pelos voluntários tem um custo de cerca de R$ 3 mil. O dinheiro costuma ser doado por empresas. A família que recebe a casa, escolhida com base na renda e no tipo de moradia, paga 5% desse custo.  “O valor, embora simbólico perto do custo total da casa, revela a característica não assistencialista do projeto. As famílias devem se envolver durante todas as etapas da construção. Seja ajudando na obra ou cozinhando o almoço. O importante é participar da ação e sentir ter conseguido a moradia com o próprio esforço”, lembra a diretora social da Ong .

As casas têm vida útil de cinco a sete anos, pois a idéia não é fazer com que a pessoa se acomode, mas que ela ajude a pessoa a mudar. O trabalho da entidade começou no Chile em 1997 e se expandiu em 2006. Hoje já contabiliza 50 mil casas construídas em 16 países.  No Brasil desde novembro de 2006, foram feitas 250 casas, incluindo o município de Taboão da Serra.

Projetos de Urbanização


A Prefeitura de Taboão da Serra já possui um projeto de urbanização e regularização fundiária para a favela do Morro do Sabão que aguarda recursos do Ministério das Cidades. Além disso, algumas intervenções vêm sendo realizadas como a de infraestrutura da rede elétrica, em parceria com a concessionária.

Alguns moradores cujas casas estavam em risco eminente foram para o auxílio aluguel. De acordo com a arquiteta da Prefeitura de Taboão da Serra, responsável pelo Programa de Urbanização de Favelas, Terezinha Gonzaga “ao todo, a cidade conta com 56 áreas de assentamentos irregulares, muitas delas estão passando por intervenções para a melhoria habitacional ou construção de novas moradias”.

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