Medo e toque de recolher marcam a noite desta segunda em Taboão da Serra

Por Sandra Pereira | 30/10/2012

A noite desta segunda-feira foi tensa em Taboão da Serra. O clima de insegurança predominante desde os assassinatos em série ocorridos na cidade, relembre aqui e aqui, ficou pior depois que vários bairros receberam ordem de uma facção criminosa impondo toque de recolher aos estabelecimentos comerciais. As ruas de Taboão ficaram desertas em função do toque de recolher. Leia mais informações no Blog Bar e Lanches.  

Em vários locais houve notícia de que um motoqueiro estaria avisando aos proprietários de estabelecimentos comerciais que seria preciso encerrar as atividades às 22 horas, mesmo procedimento utilizado anteriormente nas cidades da região metropolitana vítimas do toque de recolher.  A notícia do toque de recolher se espalhou rapidamente em Taboão da Serra, deixando as ruas desertas e os moradores com medo.

Diversas escolas também encerram suas atividades mais cedo temendo pela segurança dos alunos e professores. 

As informações iniciais indicam que o toque de recolher seria uma resposta à operação feita pela Polícia Militar na favela de Paraisópolis. Por causa da ação policial um dos líderes de um grupo criminoso acabou sendo preso em Taboão da Serra. 

Desde o assassinato de um policial em Taboão da Serra no começo de outubro está sendo travada uma guerra sangrenta entre polícia e criminosos ligados a uma facção da cidade. Ao todo 125 pessoas foram brutalmente assassinadas desde então. Não há por parte das autoridades de segurança do estado um posicionamento capaz de sinalizar quando essa guerra terá fim. 

Pelo Facebook os moradores da cidade relataram o clima de medo predominante. Uma foto postada por um morador mostra a rua da delegacia central de Taboão fechada. 

Secretário de Segurança Pública nega toque de recolher em SP


O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, disse nesta terça-feira (30) que não há toque de recolher decretado por criminosos na capital paulista. "Se tiverem, são boatos", disse. Ferreira Pinto relacionou os relatos a pessoas mal intencionadas no período eleitoral e disse que comerciantes podem ter optado por fechar portas por "questões subjetivas".

"Não tem toque de recolher em lugar algum. São pessoas mal intencionadas, ainda mais no período eleitoral. Espero isso aí agora cesse, agora acabando toda essa celeuma, essa disputa eleitoral, que cesse essa forma tendenciosa que algumas pessoas aproveitam o momento espalhando preocupação indevida para a população”, disse.

Também comandante-geral da Polícia Militar, Roberval França, disse que todos esses boatos foram verificados pela PM e nenhum foi comprovado como toque de recolher. Ele admitiu que algumas pessoas podem ter fechado as portas por medo de relatos que circulam nas redes sociais.

Com informações do G1

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