GCM diz que Taboão tem 8 mil bares ilegais

Por Sandra Pereira | 2/05/2012

Uma denúncia feita por um Guarda Civil Municipal (GCM) durante a reunião do Conselho Municipal de Segurança (Conseg) Monte Alegre na quinta-feira, 26, explica a razão pela qual o som alto em bares, lanchonetes e outros estabelecimentos está se tornando um problema crônico em Taboão da Serra. De acordo com o GCM os locais notificados ou fechados por descumprirem a norma municipal que proíbe barulho a partir das 23 horas acabam sendo reabertos por influência política, sem qualquer justificativa. Segundo o GCM Taboão da Serra tem aproximadamente 8 mil bares funcionando sem alvarás. Ele também não poupou críticas ao Conselho Tutelar, que alegou não funcionar devidamente.

Além de reabrir as portas normalmente ignorando as notificações e até mesmo as ordens de fechamento os estabelecimentos voltam a incomodar a vizinhança mantendo som alto na madrugada adentro. A denúncia aponta que os estabelecimentos sem alvarás são os que mais acumulam infrações.

“A GCM trabalha o final de semana inteiro notifica, multa e fecha os estabelecimentos infratores. Mas, como se fosse mágica no dia seguinte eles estão funcionando como se nada tivesse acontecido. Quando a gente vai ver o proprietário conseguiu reabrir porque conhece um vereador ou alguém da prefeitura. O processo aberto com a notificação ou a multa não anda”, desabafou publicamente um integrante da corporação. “A verdade é que ou se cumpre a lei ou haverá pais de família fazendo justiça com as próprias mãos”, alertou o GCM Pegoreli.

O alerta do GCM faz jus aos mais diversos casos relatados mensalmente nos dois Consegs de Taboão da Serra onde trabalhadores em geral contam os transtornos que enfrentam com o barulho madrugadas adentro. Nas últimas reuniões acompanhadas pela reportagem do Jornal na Net ficou evidente a preocupação crescente dos moradores com o barulho e o desrespeito cada vez mais a necessidade do descanso noturno.

“Os bares sem alvarás são os que dão mais problemas, inclusive com drogas. Deveriam ser punidos com rigor, seguindo o que diz a lei. As infrações e notificações feitas nas operações de finais de semana deveriam ser divulgadas e até mesmo publicadas no Diário Oficial”, afirma.

O vereador Cido (DEM) cobrou mais rigor da prefeitura e do prefeito Evilásio Farias (PSD) para resolver o problema do barulho nos bares e estabelecimentos habituados a essa prática.

Durante a reunião, Cida Borghi, presidente do Conseg MonteAlegre, relatou a troca de emails com um morador desesperado com o barulho próximo à sua casa. Além dos bares, os chamados pancadões são outro pesadelo para quem deseja uma noite de sono tranquilo. Ela disse que o homem chegou a ligar durante a madrugada pedindo ajuda das forças policiais e do Conseg.

A presidente iniciou a reunião afirmando se sentir como um beija-flor que luta sozinho contra um incêndio na floresta enquanto os outros animais tentam apenas se proteger. “Me sinto apagando um incêndio que é de todos. Convido os outros animais a descer da árvore e vir ajudar”, pediu.

Uma das dificuldades dos Consegs continua sendo a poucaparticipação da comunidade. Na reunião mensal do Monte Alegre apenas quatromoradores participaram.

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