Banda Espera Marido abre carnaval e festeja 20º ano em Taboão
A tradicional Banda Espera Marido comemorou em alto estilo, na tarde deste sábado, 11, sua 20ª participação em um dos carnavais de rua mais tradicionais da Grande São Paulo. O evento, considerado por muitos a abertura oficial do Carnaval em Taboão da Serra, contou com a participação de cerca de 700 pessoas-segundo estimativa da Polícia Militar-que se divertiram por seis horas seguidas ao som de marchinhas de Carnaval, muito confete e serpentina, bom humor e as famosas personagens encarnadas pelos homens que se fantasiaram de mulher.
Já por volta das 11h alguns foliões já se reuniam no tradicional ponto de encontro, em frente à Padaria Rainha do Taboão. Veja aqui mais fotos da folia.
“Participo todos os anos. Hoje fui uma das primeiras a chegar aqui”, conta a aposentada Jovita Rosa de Farias Domingues, 75 anos, moradora do Jardim Maria Rosa há mais de cinco décadas, que garante não se intimidar com as muletas utilizadas para andar. “Se ficar parada é pior. Sinto-me bem melhor assim, no meio do movimento, com o pessoal”, justifica.
As honras da festa ficaram por conta de Nelson Marques, vocalista da banda, que, caracterizado de Ivete Sangalo, deu boas vindas ao público e frisou a importância do evento. “Hoje estou duplamente feliz. É o 20º ano da Banda Espera Marido e eu comemoro 18 anos participando desta brincadeira”, disse. E foi ao som de “Minha pequena Eva” música difundida na voz cantora baiana, que o músico começou a agitar o público pontualmente às 15h30.
O dia de folia seguiu com períodos de sol e nublado, com temperaturas de até 26ºC. Personalidades da política local marcaram presença, como o vereador Wagner Eckstein (PT) e o ex- prefeito da cidade, Fernando Fernandes. O premiado poeta e agitador cultural Sérgio Vaz também prestigiou a apresentação da banda. José Roberto dos Santos, o Santão, um dos idealizadores do evento sumiu por um tempo, mas retornou por volta das 17h, como a “Alice no País das Maravilhas”, para deleite do público.
Por volta das 17h30, os chuviscos deram lugar à chuva forte e a banda parou de tocar. A cobertura do palco precisou de amparo por causa do acúmulo de água. Os foliões que não se intimidaram, permaneceram sob a chuva mesmo, ao som de ritmos variados tocados pelo DJ. Às 19h, quando a chuva deu trégua foram coroadas as rainhas, princesas e misses da festa.
A faixa de Rainha do Carnaval foi para Paulo Ferreti, um dos patrocinadores do evento, caracterizado de espanhola, que dividiu o palco com a Princesa da Banda Espera Marido. Zequinha levou a faixa de Miss “Tô Bandida”, Lelê Alves, Miss “Katcha”, David, de Mulher Gato, o título de Miss Luxo e Celsão de Princesa do Glamour.
Às 19h30, a distribuição de prêmios aos fantasiados, com brindes doados por comerciantes locais e por alguns vereadores do município. Às 20h Nelson Marques anunciou o fim do evento. Apesar das reclamações em virtude de problemas com a infraestrutura do evento, não foram relatados incidentes ou ocorrências durante a festa.
Falta de estrutura
Apesar do sucesso de púbico e da banda presente, o evento, de acordo com alguns foliões, deixou a desejar em requisitos importantes. O trecho entre as ruas Francisca Carvalho e Cesário Dau, interditado pelo trânsito, com pouco mais de 100 metros de extensão, não foi suficiente para acomodar com segurança o púbico crescente ao longo do dia. Durante o evento, foi necessário que a banda interrompesse o show e pedisse que as pessoas se mantivessem dentro dos limites de proteção da faixa isoladora, que separava a via da avenida Doutor José Maciel, que teve trânsito liberado.
Latas de cerveja e refrigerantes e muito lixo acumulado. Nas imediações, duas lixeiras; uma no ponto de ônibus em frente à Rainha do Taboão, outra em frente à Câmara Municipal. Um dos campeões de reclamação, no entanto, foram os banheiros químicos. Ou a falta deles. “É uma vergonha em um evento deste, que reúne tanta gente, não ter sequer um banheiro químico”, reclamou o auxiliar de logística Reginaldo Ramos, 38, morador do Jardim Helena, bairro vizinho. “Isso por que a prefeitura anuncia a festa já há semanas”, completou.
A reportagem observou também que não havia ambulância do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), para as pessoas que por ventura viessem precisar. “E se alguém passa mal? Aqui tem desde criança de um ano de idade a idoso de 70. Quem vai socorrer se houver uma emergência?”, questionou a assistente administrativo, Cristina Souza, 23, mãe da pequena foliona Jéssica Souza, de um ano e meio. A secretária de Cultura do município e também vice-prefeita, a professora Márcia Regina não compareceu ao evento.