Acusados em crimes de bota-fora podem ser presos
O Promotor de Justiça do Meio Ambiente de Itapecerica da Serra, Gustavo Albano Dias da Silva, afirmou em entrevista exclusiva ao Jornal na Net, nesta segunda-feira, 03, que vai pedir a prisão preventiva dos 17 investigados no esquema fraudulento de bota-fora na cidade. De acordo com ele, a prisão dos suspeitos é fundamental, uma vez que os bota-foras continuam acontecendo a todo o momento e é necessário que a ordem pública seja garantida.
“Mesmo após a operação realizada em fevereiro pelo Ministério Público, onde oito bota-foras foram fechados, um mês e meio de interceptações telefônicas, os envolvidos continuaram com o esquema, ou seja, minha operação não adiantou de nada. Ninguém acredita na justiça, todo mundo acha que o juiz não vai dar a prisão”, explicou.
Segundo ele, desta vez quando a denúncia contra os investigados for apresentada, se o juiz não aceitar o pedido de prisão temporária, ele recorrerá ao Tribunal de Justiça. “Vou recorrer e entrar com recurso de sentido estrito mostrando as necessidades da prisão”.
Em relação à continuidade dos bota-foras no município, o promotor ressaltou que os locais ainda não foram identificados, uma vez que são denuncias de moradores.
“Quando me apontam o local, faço operações, como na última segunda-feira, dia 26, juntamente com a Guarda Civil Municipal, onde encontrei cinco caminhões jogando entulho, apreendi documentos, entre eles, uma lista de quantos caminhões já havia jogado entulho no local, além de vales bota-foras”, pontuou.
O promotor isenta o prefeito Jorge Costa e o vice Antônio Trolessi de participação ou responsabilidade sobre os crimes. "Eles são isentos da investigação, nada foi encontrado contra eles (prefeito e vice)", revelou o promotor.
O inquérito policial sobre o esquema está sendo elaborado pelo Delegado Pedro Buk que relaciona todos os documentos apreendidos, realizando uma ligação com os bota-foras investigados, além disso, vai interrogar todos os investigados. O Ministério Público aguarda o inquérito da Polícia Civil para pedir a prisão temporária.
A denúncia do Ministério Público aponta que os donos dos terrenos eram aliciados por empreiteiras que tinham como retaguarda fiscais da prefeitura, o vereador João Miranda e policiais militares. “Uma contabilidade foi apreendida demonstrando como se fosse uma mesada, o que empresários supostamente pagariam a funcionários públicos e policiais militares ambientais”, explicou.
Entre os investigados nos casos de bota-foras estão o vereador João Miranda, seu ex-assessor, Vítor Rangel, o ex-chefe de gabinete Heleno, funcionários públicos municipais e policiais militares ambientais. A maioria dos 17 acusados foi flagrado travando conversas telefônicas onde o assunto predominante eram os bota-foras.
Os suspeitos foram indiciados por formação de quadrilha, corrupção, falsidade ideológica e crime ambiental. As penas somam mais de dez anos.
Juiz nega pedido de prisão temporária em 17/8
O juiz Gabriel Pires de Campos Sormani não acatou o pedido de prisão temporária dos 17 acusados de participação no esquema de bota-foras em Itapecerica da Serra, solicitados pelo Ministério Público. Na decisão o magistrado esclareceu que a prisão preventiva só deve ser aplicada quando for absolutamente imprescindível.
Na negativa dos pedidos de prisão o juiz alegou que o argumento de que a reclusão dos suspeitos seria necessária para garantir o sucesso das buscas e apreensões não é razão suficiente para fundamentar as prisões.
Apesar de indeferir o pedido de prisão temporária, o juiz acatou os pedidos de busca e apreensão propostos pelo Ministério Público e delimitou os locais onde deveriam ocorrer.
Para denunciar entre em contato com a GCM pelo telefone 153.