Comércios do São Judas sofrem onda de assaltos

Por Sandra Pereira | 26/09/2011

Depois de trabalhar o dia inteiro, quase no horário de fechamento dos seus estabelecimentos, os comerciantes do Jardim São Judas, em Taboão da Serra, são vítimas de assaltos. O problema se repete quase semanalmente, e, segundo as vítimas é motivado principalmente pela falta de policiamento na região, que é uma das mais populosas da cidade. Vários deles estão se armando para vencer os assaltos constantes, que na sua maioria são praticados por adolescentes e jovens moradores da região. O problema veio à tona na reunião mensal do Conseg Pirajuçara, nesta segunda-feira, 26.

Os moradores e comerciantes presentes relataram vários casos de assaltos no horário de fechamento dos seus comércios. Os prejuízos, segundo eles, são inestimáveis. Diante da gravidade da situação, vários deles chegaram a defender medidas mais extremas contra os infratores. O que já foram vítimas dos assaltos não escondem a indignação e alguns se preparam para reagir. Outro assunto que preocupa a comunidade é o avanço do consumo de drogas na região, além dos assaltos nas portas da escolas.

“Nós queremos polícia e as viaturas passando na rua. Se eles virem a polícia não vão mais assaltar a gente e vão ficar com medo”, acredita uma comerciante do São Judas. “Tenho uma barra de ferro e uma faca preparada. Não vou mais deixar levarem meu dinheiro. Se for me roubar eu derrubo”, emendou outro proprietário de comércio no bairro. “Em menos de um mês fui assaltado duas vezes”, relatou outro.

A revolta dos comerciantes cresce proporcionalmente aos casos de violência no bairro. Os casos relatados no Conseg foram muitos e variados, mas todos tinham em comum o prejuízo para os pequenos comerciantes do bairro. Eles acreditam que a solução para conter o avanço da criminalidade seria a implantação de uma base comunitária da Polícia Militar e planejam se mobilizar pedindo a sua implantação. Para isso vão fazer um abaixo assinado que será enviado às autoridades competentes.

Os problemas na segurança do bairro interferem diretamente na vida dos comerciantes. Há relatos de estabelecimentos que encontram dificuldade para contratar funcionários em razão dos assaltos constantes, como é o caso da Lelly Farma, onde os funcionários temem o horário de fechamento.

Os comerciantes não pouparam críticas a atuação da polícia, do prefeito e dos vereadores no combate à violência. A região tem a maior demanda, é populosa, mais não conta com um distrito policial.

De acordo com o capitão Jayro Léo a região do São Judas concentra a maior demanda de chamados pelo 190. Ao todo são mais de 90 ocorrências ao dia atendidas pela 2ª Companhia de Polícia Militar da cidade. Ele relatou que 90% dos atendimentos no bairro referem-se aos chamados casos de desinteligência onde se enquadram brigas de vizinhos e familiares, por exemplo. Entretanto, salientou que esses casos precisam ser atendidos para evitar que evoluam para ocorrências mais graves, como homicídio.

Depois de ouvir as reclamações dos moradores e comerciantes sobre a falta de policiamento no São Judas o capitão garantiu que até a próxima reunião mensal o policiamento no bairro será reforçado. Ele admitiu que quando assumiu a companhia ela estava sucateada. 

“A gente tinha três viaturas que não dava uma. Agora temos 10. Nosso efetivo está 90% na rua e trabalhando sob intensa fiscalização. Nosso principal problema é a ocupação das viaturas no atendimento as ocorrências. Essa região tem muitos casos de localização de veículos roubados, ocorrência que prende a viatura por até sete horas”, afirmou, acrescentando que o relato dos moradores e comerciantes é importante para ajudar no planejamento das ações de combate ao crime no bairro.

 O presidente do Conseg Pirajuçara, Douglas Bochete, propôs que na próxima reunião mensal, quando o Conseg vai celebrar dois anos de atividade os comerciantes levem outros visando aumentar a mobilização em favor da segurança do bairro.

Ausência da Polícia Civil e da GCM


A reunião mensal do Conseg Pirajuçara aconteceu na Paróquia de Santa Margarida Abacoque, com a ausência da Polícia Civil e da Guarda Civil Municipal. A reunião estava marcada para acontecer na Escola Municipal Darcy Ribeiro, entretanto, de acordo com o vereador José Aparecido Alves, o Cido, o secretário de Governo, Marco Porta, não autorizou a reunião na escola. A recusa do secretário levantou críticas entre os presentes. 

Como integrante da Comissão de Segurança da Câmara Cido disse que solicitou ao IBGE a atualização dos dados estatísticos de Taboão da Serra a fim de assegurar que as ações de combate ao crime na cidade sejam elaboradas com base em dados reais. “Sou comerciante da região e também espero melhorias na segurança”, pontuou.


Comentários