Câmara pode criar comissão de impeachment em Taboão
17/08/2011
Pela primeira vez em seus 52 anos de história a Câmara Municipal de Taboão da Serra poderá abrir uma comissão com fins de cassar o mandato do prefeito municipal. Ao longo dos últimos dias informações de bastidores dando conta de que o Legislativo abriria um processo de impeachment contra o prefeito Evilásio ganharam cada vez mais espaço. Nesta terça-feira, 16, quase mil manifestantes lotaram as imediações da Câmara pedindo o impeachment de Evilásio, desgastado em razão das constantes denúncias de irregularidades em sua administração.
O pedido de criação da Comissão de Cassação do prefeito Evilásio Farias foi apresentado na Câmara pela Apoesp em parceria com o MTST, PSTU e Psol. A expectativa é de que na próxima semana a Câmara decida se irá ou não acatá-lo. Enquanto os vereadores debatiam no plenário do lado de fora da Câmara o trânsito precisou ser fechado na Avenida Dr. José Maciel quase mil manifestantes fizeram um ato pedindo o afastamento do prefeito.
“Daqui pra frente se aproxima um tsunami seguido de terremoto e de um acidente nuclear”, avisou Paulo Félix tentando dar uma visão de como será os próximos dias. Nos semblantes carregados de vários vereadores presentes era possível perceber que eles entenderam o recado.
O pedido de impeachment não foi apreciado nesta terça-feira porque só receberia 4 votos e seriam necessários, sete, segundo o vereador Olívio Nóbrega para a sua aprovação.
“Se fosse votado hoje tinha o risco da gente perder. Em uma semana dá tempo de mudar muita coisa”, ponderou vereador Olívio Nóbrega.
O presidente da Comissão Especial de Inquérito que apura as fraudes do IPTU recebeu a denuncia e disse que a CEI vai investigar os fatos. Ele falou que não pode prevaricar e disse que está comprometido em dar uma resposta à população.
“Quero parabenizar o trabalho do Cido à frente da CEI. Ele é uma das gratas revelações da política de Taboão. Está provando o seu valor e tem sido uma grata surpresa”, defendeu Paulo Félix, relator da CEI. Do lado de fora da Câmara enquanto era fotografado ao lado de Cido e Olívio Paulo Félix disse que os três formam o "trio parada dura", uma nova versão do antigo alto clero da Câmara.
Durante a sessão, no painel eletrônico os vereadores se dividiram entre favoráveis e contrários ao pedido de vistas dos projetos feito pelo vereador Paulo Félix, com intuito de adiar a aprovação dos projetos da pauta por 10 dias. Com a votação empatada em 6 a 6 o presidente da Câmara, vereador Mácario, deu o voto de minerva aprovando as vistas. O voto dele foi diferente do colega do seu companheiro de bancada, Wagner Eckstein.
Entre os requerimentos que deixaram de ser votados estavam a retirada com urgência dos parquímetros da Zona que estão atrapalhando as calçadas e a instalação de grades de proteção nos córregos.
Macário admitiu que foi prejuízo deixar de votar os projetos da pauta, mas garantiu que na próxima sessão os projetos serão apreciados.