Energia elétrica: Chico Brito representa prefeitos da região na Assembleia

Por Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes | 15/08/2011

Uma série de apagões ocorreram na cidade de São Paulo e ganharam destaque na grande imprensa nas últimas semanas. Mas para os moradores da Grande São Paulo, os problemas já são conhecidos há anos e gerou uma grande insatisfação pelos serviços prestados pela Eletropaulo, concessionária responsável pela manutenção e distribuição de energia elétrica na região.

Atento a esses problemas, o deputado estadual, recém eleito, Geraldo Cruz organizou, juntamente com os deputados Marcos Martins e Isac Reis, a Audiência Pública Fornecimento de Energia Elétrica realizada na quarta-feira, 10/8, na Assembleia Legislativa de São Paulo. 

O evento contou com a participação de diretores da Eletropaulo, da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), do PROCON, além de lideranças e prefeitos de diversas cidades como Embu das Artes, São Lourenço da Serra, Juquitiba, Cotia, Carapicuíba, Osasco, Vargem Grande Paulista, dentre outras.

“Nossa expectativa é fazer com que a Eletropaulo apresente um plano de investimento para a cidade de São Paulo e, principalmente, para a nossa região, além de melhorar o relacionamento com os prefeitos e a população e também buscar solução definitiva para os problemas que vêm ocorrendo”, enfatizou Geraldo Cruz.

Representando os prefeitos da região, Chico Brito, presidente do Consórcio Intermunicipal da Região Sudoeste da Grande São Paulo (Conisud) falou sobre a insatisfação das prefeituras e da população com os serviços de energia prestados pela concessionária e cobrou providências.

Ele destacou os principais problemas que a região enfrenta nos mais diversos setores como indústria, comércio, prédios públicos e residências, que têm gerado grandes prejuízos aos cofres públicos. Um dos exemplos é a demora na remoção de postes que, após o pagamento, chega a um ano e meio.

Esse foi o caso da avenida Rotary cujo serviço foi pago em outubro de 2008 e realizado apenas em julho de 2011. Outro exemplo é o do Terminal Casa Branca que foi pago em setembro de 2009 e executado em julho de 2011. Em ambos os casos houve acréscimo no valor da obra em virtude da demora.

Chico Brito listou também as principais causas das reclamações como cobrança indevida ou abusiva; serviço não fornecido (entrega/ instalação/ não cumprimento da oferta/ contrato) e dano material ou pessoal decorrente de falha nos serviços. Em consulta realizada em 20 empresas de Embu das Artes foi constatada uma perda de mais de R$ 7 milhões.

O diretor de Operações da AES Eletropaulo, Sidney Simonaggio, disse que a Eletropaulo busca sempre melhorar e estão fazendo investimentos que crescem 14% ao ano para garantir a qualidade no atendimento. Informou também que estão sendo contratados 580 novos profissionais para trabalhar com rede elétrica e mais 80 eletricistas para a poda de árvore.

Para melhorar o atendimento ao cliente, a central será ampliada para que passe de dois mil atendimentos por hora para 54 mil atendimentos por hora.

No entanto, o diretor Executivo do PROCON, Paulo Arthur Lencioni Góes, destacou que “não adianta os investimentos que são feitos sem mudar a realidade dos serviços prestados”. Entre 1º de janeiro e 5 de agosto de 2010 o Procon fez 2580 atendimentos, no mesmo período de 2011 esse número subiu para 3.715. Do total de reclamações, mais de 70% não são atendidas pela Eletropaulo.
As principais reclamações, segundo o PROCON, são por cobrança indevida, 63%, por produtos danificados, 165, e vício de qualidade, 7%.

Diante disso, Simonaggio informou que as providências que o Procon toma são: autuações, que entre 2006 e 2011 foram da ordem de R$ 18 milhões, celebração de termo de compromisso, solicitação de intervenção administrativa na Eletropaulo, via ofício, à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ação civil pública com vistas à reparação de danos causados aos consumidores.

O deputado estadual e líder da bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembléia Legislativa, Enio Tatto, cobrou a presença do presidente da Eletropaulo nas reuniões e audiências públicas para apresentar soluções definitivas à população. Ele também apresentou os lucros da Eletropaulo nos últimos anos que deixaram todos impressionados. Em 2006 o lucro da empresa foi de R$ 373 milhões, já em 2010 foi de R$ 1,347 bilhão, ou seja, em quatro anos, o lucro da empresa aumentou em R$ 1 bilhão.

Após as apresentações, a população pode expor os problemas que sofrem e acabam comprovando os dados apresentados como baixa qualidade no atendimento nos call centers, morosidade na realização dos reparos, além do alto custo de serviços para retirada de postes e falta recorrente de energia.

Em resposta, o diretor da Eletropaulo falou que na região serão investidos mais de R$ 200 milhões nos próximos cinco anos. Já sobre a cobrança pelos postes, Simonaggio informou que esta é prevista nas normas da Aneel. No que tange a manutenção da rede e falta de energia, ele destacou que a empresa faz rondas periódicas no sentido de solucionar esses problemas.

Contudo, Chico Brito falou que não se lembra de ter sido convidado a acompanhar essas rondas, pois recentemente teve que romper o contrato com a Eletropaulo e contratar uma empresa para fazer a manutenção da iluminação pública. Antes a cidade tinha, em média, 500 postes apagados e o serviço demorava, no mínimo, quatro dias para ser realizado. Hoje, esse número caiu para 30, com a nova empresa, e após a solicitação, a manutenção é feita em, no máximo, 24 horas. Além disso, o serviço ficou 10% mais barato de quando era realizado pela Eletropaulo.

Ele ainda enfatizou que mesmo quando a prefeitura faz o pagamento para a retirada de postes em frente a casa das pessoas, mesmo assim demora cerca um ano para que o problema seja resolvido.
Geraldo Cruz informou que na próxima semana será feita uma reunião com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para cobrar medidas a fim de melhorar o atendimento à população e às prefeituras e garantir o fornecimento de energia com regularidade a todos.

Júlio Marcondes

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