GCM fecha outro bota-fora em Itapecerica

Por Outro autor | 7/07/2011

Em meio a denúncias de bota-fora envolvendo vereadores, secretários e funcionários da prefeitura de Itapecerica, após o vazamento de informações contidas em uma gravação onde João Miranda e Vítor Rangel que resultaram na instauração de uma CEI a Guarda Civil Municipal flagrou, autuou e fechou um novo bota-fora. Esse tipo de crime ambiental está virando rotina em Itapecerica, que está localizada numa área de 100% de manancial, mas, constantemente sofre com danos ao meio ambiente.

Nesta terça-feira, 5 de julho, mais duas pessoas e a empresa Compec  Galasso foram indiciadas por despejo de entulho em uma obra de recuperação da Estrada João Rodrigues de Moraes, no bairro da Lagoa. O crime foi constatado pelos GCMs Douglas e William do ROM (Ronda Ostensivas por Moto). Eles agiram prontamente e fizeram o flagrante.

“Por solicitação dos senhores França (secretário de turismo) e Mário (diretor da secretaria de obras) vim para acompanhar a obra e não tenho conhecimento da origem do material aqui depositado”, afirmou J.L.J.M, um dos indiciados durante questionamento dos guardas relatado no Boletim de Ocorrência no 3827 (GCM) e 73/11 (Polícia Civil).
A Guarda identificou os indiciados (J.L.J.M e A.J.Z.J) como responsáveis pela fiscalização da obra. A.J.Z.J que é funcionário da empresa “Compec Galasso”, que foi contratada pela realização da obra, fazia o controle de entrada e saída dos caminhões. J.L.J.M, segundo o Boletim de Ocorrência, é o responsável por encaminhar os caminhões ao local.

O trator e a esteira, usados na obra, foram apreendidos e a ocorrência foi registrada na Delegacia do Meio Ambiente (Seccional de Taboão da Serra). A delegacia seccional investiga as denúncias contidas num cd com a gravação de uma conversa prá lá de comprometedora, em tom de acerto de contas entre o vereador João Miranda e seu  seu ex-colaborador Vítor.
O diálogo áspero compromete João Miranda e outros vereadores, Tonho Paraíba, José Hélio e até o presidente da câmara Chuvisco, além de funcionários públicos, o secretário Luis Pires e o administrador da regional do Valo Velho, Jaime Damasceno.

Na gravação, João Miranda detalha o esquema de bota-fora que funcionaria na cidade. O cd aponta que cada caminhão que joga entulho em Itapecerica pagaria aos participantes do esquema quantias que variam entre R$ 50 e R$ 70 por caminhão. O cd da denúncia foi entregue à câmara municipal no começo do mês de junho, mas os denunciantes não estavam qualificados e a presidência não aceitou a denúncia.

Com a qualificação deles na última sessão antes do feriado de Corpus Christi a presidência acatou a denúncia e a câmara instaurou a CEI que vai apurar todas as irregularidades apontadas na gravação.

A CEI tem como componentes os vereadores José Martins Filho, Paulinho PM e Regina Corsini. A comissão terá, inicialmente, 45 dias para apurar o possível crime ambiental.

Investigações

Além da CEI instaurada para apurar o crime, na sessão da câmara, na quinta-feira, 30, o caso já está sendo investigado pela Polícia Civil de Taboão da Serra. Em entrevista concedida a reportagem do Jornal na Net, Ivan Jerônimo da Silva, chefe dos investigadores da delegacia seccional de Taboão falou sobre  a gravação. Ele avisou que os culpados serão punidos  e se defendeu, uma vez que seu nome também foi citado no cd.

O trecho “o investigador Ivan da seccional está envolvido. Não ele vai colocar todos os envolvidos na cadeia” foi comentando por ele. “Acho que foi colocado de forma proposital para colocar uma marca em cima de mim, eu não tenho envolvimento nenhum eu estou muito tranquilo para trabalhar”, disse.

Segundo Ivan a gravação tem 2h20 minutos de diálogo. “O que me estranha é eles divulgarem na internet um pedaço de 40 segundos cortado até porque depois daquele trecho, que eu acompanhei bem, tem um trecho que fala de uma pessoa que é político e intitula essa pessoa como chefe da quadrilha foi cortado”.

Com cautela Ivan avalia o conteúdo da gravação.  “Pelo que eu ouvi o João Miranda cometeu o crime, mas também tenho muita cautela, pois quem está questionando tem interesse na vaga do João que é o primeiro suplente então tenho cuidado. Agora quem cometeu o crime vai pagar”, afirmou.

 “Vejo que o João Miranda tem uma relação estreita com o tal de Vítor que é um bandido, uma pessoa que foi colocada errada na função que ele exercia. Essa pessoa agora que está desamparada está coagindo o vereador – repassando dinheiro para o vereador, isto está muito claro”, avaliou.

Para o investigador os criminosos já perderam os limites e intensificam o crime no período noturno. “Eles vão pagar por isso. Todos vão responder pelos crimes que estão cometendo, não quero falar sobre a investigação, mas eles vão pagar”, finalizou.

 

Texto: Karen Santiago e Sandra Pereira

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