Embu e Itapecerica devem receber R$ 34 milhões como contrapartida pela obra do Rodoanel

Por Sandra Pereira | 30/10/2009


Embu das Artes e Itapecerica da Serra têm para receber juntas do governo do Estado a expressiva soma de R$ 36 milhões para serem investidos como contrapartida pela construção do trecho sul do Rodoanel Mário Covas. O projeto prevê que seja destinado a Itapecerica R$ 24 milhões e ao Embu R$ 14 milhões. Até o momento não há uma previsão de quando as cidades vão receber os repasses, mas o que se sabe é que antes do término das obras a primeira parte dos recursos deve ser repassada.


Itapecerica leva uma quantia maior porque o impacto ambiental na cidade está sendo devastador. A natureza está pagando um preço alto pela obra na cidade. Na região do Branca Flor a devastação ambiental é visível até para os mais leigos no tema.
“Na próxima semana estamos indo cobrar da Dersa as compensações”, sustenta o prefeito Jorge Costa.


Ele criticou a forma de administração do Parque da Várzea proposta pelo governo do Estado. Jorge Costa avaliou que o custo de manutenção do parque é muito elevado para os municípios bancarem sozinhos. “A manutenção vai custar em torno de R$ 300 mil mensais. É muito alto. Essa forma de construir o parque para a gente bancar a manutenção está errada”, ponderou.


Quem também está acompanhado de perto toda essa discussão é o prefeito Chico Brito. Ele também teme que o Rodoanel seja concluído sem que as obras mitigatórias também sejam. “Vamos cobrar a Dersa até que essas obras sejam concluídas. As cidades estão sofrendo muito com o impacto da obra é preciso que haja uma compensação”, avalia.


Com freqüência a população reclama que  diversas áreas de várzeas estão sendo aterradas tanto na região do rodoanel, como em outros locais. A maioria de  difícil recuperação em função da distância da obra, provocados por descartes de terra e entulhos retirados do local.


Itapecerica e Embu tem quase 100% do seu território em área de proteção de mananciais. As cidades estão amargando um impacto nunca visto por causa da obra. Os problemas de infraestrutura são grandes, porém, tornam-se pequenos quando comparados ao impacto ambiental. Quem visita as imediações do canteiro de obras tem uma pequena noção do que acontece no local: desmatamento, assoreamento de rios e córregos, destruição de mata, morte de animais ameaçados de extinção estão entre os principais problemas.


De acordo com o governo do Estado, para a implantação do Trecho Sul foi adotado um dos projetos mais avançados do mundo em termos de preservação do meio ambiente. São 26 programas ambientais, voltados para a preservação da flora, da fauna e do patrimônio arqueológico, histórico e cultural, de apoio à proteção e recuperação de mananciais, de monitoramento da qualidade da água, do ar e de ruídos e de atendimento a emergências ambientais durante a construção. Também serão criadas unidades de preservação e parques ao longo do traçado.

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