Caminhada denunciou violência doméstica e pediu paz para mulheres no Embu
14/03/2018
Ativistas pela igualdade de gênero e lideranças comunitárias e políticas de Embu das Artes participaram na quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, no centro do município, de caminhada pelo fim da violência contra as mulheres. A marcha começou em frente à sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Embu e terminou na praça central, após ato de conscientização. Cerca de 200 pessoas saíram às ruas para denunciar agressões e cobrar políticas sociais.
Em 2017 a violência contra as mulheres em Embu das Artes foi crescente. O município registrou números elevados dos casos de estupro e mortes violentas de mulheres. Isso sem contar os casos de agressão física. Por causa do aumento dos casos na região a Secretaria de Segurança Pública lançou um Disque Denúncia regional, (11) 4138-3340, que fica lotado na Delegacia Seccional de Taboão da Serra destinado a atender com exclusivade casos de violência na região.
Mulheres de várias idades exibiam cartazes com mensagens contra a violência doméstica e o machismo, além de divulgar o Disque-denúncia de violência contra a mulher, o telefone 180. Pessoas que passavam recebiam um informe dos organizadores da caminhada que dizia que “em 2017 Embu despontou como uma das cidades mais violentas da região” e “os números de estupro ocorridos na cidade em março aumentaram 40% em relação a janeiro”.
A ex-vereadora Maria das Graças (PT) condenou a postura do homem que “acha que pode fazer o que bem entende” se a mulher “usa saia curta ou um shortinho”. “A mulher tem o direito de escolher como quer se vestir. Temos que exigir respeito”, disse. A vereadora Rosângela Santos (PT) conclamou a sociedade a dar um basta à violência de gênero e conclamou as cidadãs de Embu a se unirem contra toda forma de agressão. “Juntas somos mais fortes”, salientou.
Moradores e visitantes que passavam pela praça aprovaram a manifestação. “Sou contra qualquer tipo de violência, independente do motivo. A lei tinha que pegar mais pesado com as pessoas que praticam violência contra as mulheres. Teria que aumentar os anos de prisão ou ser mais rígido na questão financeira, hoje ele [homem] comete a violência, mas daqui a pouco está solto, paga fiança e está liberado”, disse a gestora Samantha (não informou sobrenome), 31.
Ao lado da mulher, com a filha de 2 meses, o morador Diego Borges considerou a iniciativa um “protesto legítimo”. “Toda mulher tem que ser respeitada. Elas sofrem violência não só de apanhar do marido, também verbal, ameaças, preconceito. Para mudar isso, tem que ser através do diálogo. Agora, se não der certo, tem que fazer denúncia e se afastar”, disse. A esposa Thays reprovou que “nem todas as mulheres têm os mesmos direitos que o homem”.