Embu participa de pesquisa Origem e Destino 2017

Por Sandra Pereira | 18/10/2017

Desde agosto de 2017 o Governo do Estado de São Paulo por meio do Metrô realiza a Pesquisa Origem e Destino 2017 nos domicílios da Região Metropolitana de São Paulo. Trata-se da mais completa pesquisa de mobilidade urbana do país, que vai entrevistar 150 mil pessoas em 32 mil domicílios e apurar todas as formas de deslocamentos motorizados (transporte coletivo e individual) e não-motorizados (viagens a pé e de bicicleta) realizados na Grande São Paulo e em suas áreas de acesso.

Em Embu das Artes, nos próximos dias representantes do Metrô e da EMTU visitarão pontos específicos da cidade visitando casas no conceito porta a porta e entrevistando pessoas nas ruas para entender com precisão para onde as pessoas estão se deslocando, além de descobrir seus motivos e como elas fazem os trajetos, políticas públicas podem ser aplicadas para a implantação e o estímulo ao uso de modais de locomoção.

A Pesquisa Origem e Destino é feita a cada dez anos para identificar os deslocamentos diários da população da Região Metropolitana de São Paulo. Para isso, as equipes de pesquisa percorrem os bairros da capital e todas as outras 38 cidades da Região Metropolitana. As entrevistas são feitas perguntando a cada um dos moradores das residências sorteadas sobre os deslocamentos que realizou no dia anterior. A pesquisa não é feita nas ruas, nem em endereços comerciais. As casas e apartamentos a serem visitados são sorteados a partir do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos do IBGE.

O trabalho é iniciado com o agendamento das visitas dos pesquisadores do Metrô em alguns domicílios da capital paulista (ver regiões abaixo). Nesta primeira etapa, 68 dos 96 distritos de São Paulo, além dos municípios de Osasco, Diadema, Biritiba-Mirim e Mogi das Cruzes serão pesquisados. Na sequência, os demais distritos de São Paulo e municípios da RMSP serão apurados.

O levantamento de informações também será feito junto aos passageiros que estiverem embarcando ou desembarcando no Aeroporto Internacional de Guarulhos até o dia 09 de agosto, assim como já foi feito no Aeroporto de Congonhas e nos terminais rodoviários do Tietê, Barra Funda e Jabaquara no mês de junho.

Os resultados serão tabulados e divulgados em 2018.  

O que é a Pesquisa Origem e Destino?

Realizada há 50 anos, a OD, como é conhecida, é responsável por mapear os deslocamentos dos moradores da Região Metropolitana de São Paulo, de forma a analisar o comportamento da população para o planejamento urbano e dos novos caminhos. Isso é possível com a apuração de informações como idade, gênero, escolaridade, renda familiar e individual, ocupação, além das atividades que motivam as viagens.

Os resultados da pesquisa são também utilizados em modelagens de estudos acadêmicos e dos setores de segurança, saúde, educação, imobiliário e logística, entre outros. Com a metodologia sistematizada em São Paulo, semelhante às consagradas em Londres e Paris, hoje, grandes cidades brasileiras, capitais e regiões metropolitanas aplicam as pesquisas origem e destino nos seus planos de mobilidade e logística.

A OD é feita a cada 10 anos pelo Metrô desde 1967 e, a partir dela, foi elaborado o primeiro plano para a construção da rede básica de metrô de São Paulo. Em 2002, passou a receber uma espécie de atualização a cada cinco anos, considerada como uma pesquisa de avaliação de tendências.

A última pesquisa OD, realizada em 2007, apontou que a utilização do transporte coletivo ultrapassou o transporte individual, chegando a 55% do total de viagens motorizadas feitas na Grande São Paulo, revertendo uma ascensão histórica deste último. No ano da primeira pesquisa, o modo coletivo ainda representava 68% do total e foi caindo até alcançar 48% no final dos anos 1990. O modo coletivo compreende os transportes públicos através de trem, ônibus, metrô, fretado e escolar, enquanto o individual se refere a táxi, automóvel e motocicleta.

Em 2012, foram realizadas diariamente 43,7 milhões de viagens na RMSP, volume 15% maior que o levantado em 2007, para um aumento de 2% na população no período. Do total de viagens diárias, 68% foram feitas por modos motorizados e 32% por modos não-motorizados. No período 2007-2012, houve maior aumento das viagens motorizadas que cresceram 18%, do que das viagens não-motorizadas que cresceram 8%. Entre os modos coletivos, houve aumento da participação dos modos sobre trilhos de 12% para 15% (metrô - de 9% para 11% - e trem - de 3% para 4%) e queda na participação do modo ônibus como modo principal, de 36% para 32%. As viagens por trem aumentaram de 815 mil para 1.141 mil no período considerado, significando crescimento de 40%. As viagens de metrô cresceram 38% (de 2.223 mil para 3.219 mil). Entre os modos individuais, a participação do automóvel permaneceu estável (41% em 2007 para 42% em 2012).

Como será feita a OD 2017?

Para a realização da base de dados, cerca de 1.200 pessoas vão trabalhar na Pesquisa OD. Inicialmente serão 200 pesquisadores, chegando a 400 no período de pico das visitas aos domicílios. As informações serão coletadas em 32 mil domicílios diferentes, em 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo, com expectativa de término em dezembro deste ano.

As residências estão sendo definidas por meio de sorteio e seus moradores notificados da escolha por carta com as informações sobre a pesquisa, uma senha e os telefones para contato e agendamento da visita do pesquisador. Ao chegar para a entrevista, o pesquisador deverá informar uma contra-senha que deve coincidir com a senha da carta enviada à residência. Este método aumenta a confiabilidade, garantindo que se trata de um pesquisador enviado pelo Metrô. O entrevistador usará crachá, além de colete na cor azul que facilita a identificação. 

A coleta das informações será feita com todos os integrantes da residência para saber quantos, por quais motivos (trabalho, saúde, educação, compras, por exemplo) e como são feitos (motorizado ou não, transporte individual ou coletivo) seus deslocamentos ao longo do dia anterior. O questionário é feito com a utilização de tablets, que verificam automaticamente inconsistências nas respostas e auxiliam no georreferenciamento dos locais informados.

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