Mulheres vítimas de violência emocionaram público em Audiência da Comissão de Direitos Humanos

Por Assessoria de Imprensa da Câmara de Taboão | 17/08/2017

A violência contra a mulher ganhou rosto, voz e vez no plenário da Câmara Municipal de Taboão da Serra, nesta quinta-feira, 17, durante a audiência pública da Comissão de Direitos Humanos, presidida pela vereadora Priscila Sampaio. Moradoras de Taboão vítimas de violência contaram os abusos sofridos de ex-parceiros durante anos de casamento. Elas se emocionaram, relembraram a dor, incentivaram outras mulheres a abandonar o ciclo da violência e mandaram um recado de basta aos agressores. Em vários momentos os participantes se emocionaram com os relatos das vítimas.

O tema da audiência foi a violência e o empoderamento feminino. Nela, as mulheres foram incentivadas a denunciar os agressores para pôr um fim no comportamento violento. Os vereadores José Aparecido Alves, o Cido, professor Moreira e Rita de Cássia participaram da audiência e defenderam o fim da violência.

A presidente da Comissão, Priscila Sampaio, fez coro ao empoderamento feminino, elogiou a atuação da coordenadoria da Mulher e da GCM na defesa das vítimas de violência em Taboão e incentivou as vítimas a romper o ciclo de abusos.  Ela argumentou que os homens não estão na vida das mulheres para mandar nelas. Questionou o senso comum, que faz parecer ser normal a violência doméstica e o uso da força as vítimas.

"A mulher não deve aceitar nenhum tipo de violência seja ela física, sexual ou moral. A mulher tem que ser respeitada. Nós trabalhamos, estudamos, nos capacitamos e não tem razão para ficar justificando o uso das nossas roupas. É preciso encontrar a força para superar esses relacionamentos falidos e com ciclo de violência”, defendeu.

“Sofri violência por 21 anos”, contou uma mulher. “Fui casada oito anos. Depois, decidi fazer faculdade e um dia quando voltei meu marido bateu na minha cara na frente dos meus filhos”, desabafou outra. “Enfrentei violência emocional, física e psicológica por dois anos. Fui julgada por amigos e familiares e encontrei na Coordenadoria da Mulher a ajuda necessária para sair dessa situação. Fui empurrada de uma escada de 70 degraus depois que um vizinho me deu bom dia quando eu estendia roupa. O agressor me bateu, cortou com uma faca quebrou meu celular para não pedir socorro e só fiquei viva porque me escondi no quarto de onde usei o computador pra pedir socorro. A GCM veio prendeu ele e me socorreu", relatou uma outra vítima.

Todos os participantes da audiência se sensibilizaram com o relato das vítimas. O vereador professor Moreira lamentou os efeitos do machismo na sociedade e a violência sofrida pelas mulheres. Ele contou um caso de violência que presenciou e interviu, na rua onde trabalhava, quando um homem espancou a esposa, que levava o filho deles no  bebê nos braços, com um pedaço de madeira. Moreira relatou que toda a vizinhança observava a agressão na varanda de suas casas e ele se meteu na briga e retirou a mulher.

"Vocês foram destemidas e muito corajosas de vir aqui contar o que houve com vocês", sintetizou Moreira.

 Já o vereador José Aparecido Alves lembrou que as crianças e adolescentes costumam ser abusadas por pessoas da família ou muito próximas a elas.  "A pedofilia é mal grave e precisa ser combatida em cada equipamento público. Temos que prevenir esse crime cruel e evitar que as nossas crianças continuem sofrendo. Todos devemos dar as mãos contra a pedofilia", sustentou.

A corregedora da GCM, Sandra Fidélis Leite Baudusco, falou da importância da implantação da ronda Guardiã Maria da Penha, que vai ser realizada pela GCM e vai ajudar as vítimas de violência. 

A coordenadora dos Diretos da Mulher de Taboão, Sueli Amoedo, lembrou que a Lei Maria da Penha não veio para punir homens, e sim os agressores. Ela apresentou um balanço das ações que ajudam no enfrentamento da violência e reforçou que o projeto Tempo de Despertar, que nasceu em Taboão da Serra, se tornou referência e agora está sendo implantado com muito sucesso em várias cidades. A coordenadora lamentou os casos de feminicídio e propôs pacto contra a violência. Sem conseguir conter as lágrimas  coordenadora relatou os casos mais marcantes que a equipe da coordenadoria atendeu.

 

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