Artigo: O lugar da mulher

Por Outro autor | 7/03/2017

Um dia me fizeram uma pergunta que me fez repensar muito do que eu fazia como pessoa. A pergunta foi simples: “Você é o tipo de cara que você gostaria que sua filha namorasse? ”. Eu não tenho filhos, contudo parei para pensar como se tivesse; passei a praticar a tal da empatia. Nem mais pensei em uma suposta filham mas percebi também, ali, como o machismo me sufocava.

Trazendo um pouco mais para tempos recentes, durante o carnaval desse ano, tive várias experiencias antropológicas, onde vi o machismo imperando, o que me fez sentir vergonha ser desse sexo e gênero. Começou com homens tentando agarrar forçadamente as garotas, mulheres, meninas que passavam despretensiosamente por ali (também desde pequeno aprendi que “que quando dois não querem, um não força”). Aconteceu também homens, meninos, garotos que não queriam “ficar” com ninguém que eram hostilizados pelo grupo, ou chamados de “gay”, “viado” (o que para mim não é xingamento, uma opção ou condição da pessoa).

O machismo não ofende só as mulheres, também o ofende o direito dos homens, que por aceitação social fazem coisas que não gostariam de fazer para apenas fazerem parte de um ciclo de “amizade”, por exemplo.

Agora, imaginem só... mecanização do corpo, padronização estética, violência doméstica, sub-representatividade em cargos públicos, feminicídio, discriminação de gênero, culpabilização da vítima, direito ao corpo negado, desigualdade salarial, assédio sexual, objetificação... e muitas coisas mais... imaginou? É o dia-a-dia da mulher.

O dia internacional da mulher, sobretudo, não é um dia de comemoração, senão um dia de luta, um dia de luto. O dia 8 de março é dia de debatermos, nos reunirmos, com o objetivo de discutir o papel da mulher na nossa sociedade atual; que em sua maioria trabalha em média 7,5 horas por semana a mais que os homens e ainda assim ganham menos, segundo dados divulgados pelo Ipea, nessa última segunda-feira (6).

Logo, temos que entender que a mesma liberdade que temos as mulheres tem que ter, os mesmos direitos que temos as mulheres tem que ter, os mesmos privilégios que temos, elas tem que ter, e então compreender de verdade que o lugar da mulher é onde ela quiser.

Autor: Victor Hugo dos Anjos

Técnico em Gestão de Políticas Públicas;  Secretário da Escola do Legislativo; Servidor Público Municipal e estudante.

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