Com reforço na segurança e presença de apoiadores vereadores presos retornam aos trabalhos em Itapecerica

Por Sandra Pereira | 30/03/2016

A Câmara de Itapecerica da Serra ferveu na sessão desta terça-feira,29, na volta aos cargos dos vereadores presos durante a operação Redenção que apura desvio de R$ 2,5 milhões das contas do Legislativo. Cleber Bernardes, Fabinho Gêmeos, Cícero Costa e Hércules da Farmácia voltaram ao parlamento acompanhado de apoiadores a fim de arrefecer os protestos contrários ao retorno deles aos cargos. A tropa de choque da Guarda Civil Municipal (GCM) fez a segurança do plenário. Os GCMs se posicionaram no acesso a parte restrita aos vereadores. Os vereadores foram recebidos pelos pares com tranquilidade e sem qualquer tipo de constrangimento.  Somente o vereador Cícero Costa não comentou a prisão. 

Mesmo com a presença dos GCM a Sessão teve de ser interrompida, certas vezes, pelo Presidente da Câmara Alex Pires, por conta de tumultos de manifestantes presentes na Casa. 
“Estou aqui para manter a ordem, não estou defendendo nem ‘A’ nem ‘B’, mas peço que respeitem o direito dos vereadores de falar” anunciou Pires inúmeras vezes em que os parlamentares eram interrompidos. 

O vereador Cleber Bernardes foi o primeiro a usar a tribuna para comentar a prisão. Ele disse que ainda não conseguiu responder as cartas e nem as centenas de mensagens de apoiadores. “Não consegui ler as cartas e nem responder mensagens ainda. Eu só tenho que agradecer a todas as pessoas que me apoiaram e as orações. Quero deixar claro que acredito na Justiça e que o tempo vai mostrar minha inocência”, afirmou. 

Fabinho Gêmeos reclamou de tribuna da operação e questionou o Ministério Público. Disse que não praticou nenhum crime. Afirmou que pegou adiantamento de salário e fez a devolução em quatro parcelas, que segundo ele podem ser comprovadas nos seus holerites.
“A questão de estar foragido fui orientado pelos meus advogados até que os fatos se esclarecessem. Moro na cidade há 40 anos e jamais faria algo pra decepcionar minha família ou aqueles que acreditam em mim”, apontou. 

O vereador Hércules da Farmácia falou da satisfação de poder voltar a tribuna e afirmou que seu compromisso é atender bem aos moradores da cidade. Ele disse que a denuncia apresentada pelo Ministério Público tem 32 páginas e ele é citado em apenas duas linhas por conta de um adiantamento de salário que ele solicitou.  

“Tenho todos os comprovantes de que peguei um adiantamento e paguei em 5 parcelas. O desconto provam a veracidade desse fato e está à disposição para quem quiser ver. Nunca roubei nada na Câmara e nem em outro lugar. Sou trabalhador, sempre fui. Nunca roubei e nem vou roubar nada. Não existe a menor possibilidade de eu ter me apropriado de qualquer dinheiro na Câmara ou fora dela. Não participo de nenhum esquema de desvio”, observou Hércules da Farmácia.  

Já o vereador Cícero Costa preferiu não se manifestar sobre as acusações, em plenário: “Me sinto no direito de não discutir o que irei falar em juízo”, declarou o parlamentar.
 Do lado de fora da Câmara, munícipes inconformado com a volta dos vereadores acusados faziam manifestações com placas com dizeres como: “Ladrões do povo”, “Vereadores ladrões” entre outros tipos de protestos contra o retorno dos referidos à Casa de Leis.


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