Operação policial contra Ney Santos é o assunto mais comentado da região

Por Outro autor | 15/09/2010

A operação deflagrada pela Polícia Civil de Taboão da Serra que resultou na apreensão de documentos nas casas e escritórios do candidato a deputado federal Ney Santos foi assunto mais comentado na região nesta quarta-feira. Em Taboão, Embu e Itapecerica a operação policial era comentada em todos os lados por simpatizantes e adversários do candidato. Enquanto os primeiros lamentavam o ocorrido os demais comemoravam a operação e a sua repercussão.


Ney Santos é candidato pela primeira vez pelo Partido Social Cristão (PSC). Após a apreensão dos documentos ele foi até a Delegacia Seccional de Taboão da Serra onde permaneceu durante todo o dia, sem prestar depoimentos e conversar com a imprensa. A polícia acusa o candidato de envolvimento em vários crimes como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e formação de quadrilha.

Já os advogados de defesa dele alegam que Ney Santos está sendo vítima de perseguição política em função do crescimento de sua campanha. Para os advogados a campanha do candidato estaria “incomodando muita gente”.

O fato aconteceu a 18 dias da eleição e pode ser crucial na reta final da campanha do candidato. De acordo com o delegado Raul Godoy, a operação contou com cerca de 80 policias de Taboão. A investigação contra ele começou após uma denúncia anônima. Em três anos, após sair da prisão em 2006, de acordo com a Polícia ele adquiriu casas em condomínios caros, carros importados, postos de combustíveis e montou empresas.

 “As provas surgem das ligações que ele mantém ou já manteve com os postos e a maior parte dos bens não está declarada no imposto de renda. Ele gastou de R$ 3 a 5 milhões na campanha, valor este que não condiz com o apresentado no imposto”, explicou o delegado de Taboão da Serra Raul Godoy Neto.

Uma prima do candidato, Michele de Sousa Lima e Ricardo Luciano Andrade dos Santos foram acusados de serem “laranjas” de Santos. A polícia apresentou pedido de prisão temporária do candidato, mas a justiça recusou. Além deles e de Ney, a Polícia também investiga Piter Aparecido dos Santos, mais conhecido como Pepê, suspeito de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

 “O Judiciário julgou necessário a análise das provas e evidências apreendidas, mas determinou o bloqueio dos bens e cumprimentos dos mandatos de buscas e apreensões”, contou um policial.

O delegado seccional de Taboão da Serra, Raul Godói Neto, disse que poderá pedir novamente a prisão preventiva do candidato depois de analisar toda a documentação e o material apreendido na operação. Foram apreendidos documentação contábil, computadores e anotações pessoais.

“Desde meados de 2006, ele registrou um acúmulo significativo de imóveis e bens de alto valor, como uma Ferrari, além de estabelecimentos comerciais", disse o delegado. Além da Ferrari, o candidato também adquiriu um modelo esportivo Porsche, que não foi apreendido pela polícia.

Para o advogado de Ney Santos, as acusações não passam de perseguição política. “Muitos estão incomodados com a campanha. É impossível, alguém ter um patrimônio de R$ 50 milhões, mais essa quantidade de postos, além de uma Ferrari. O veículo não é usado na campanha como foi dito e não é de Ney Santos e sim de uma instituição bancária”, afirmou Dr. Francisco Assis Henrique Neto Rocha.

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Ferrari foi apreendida pelos policiais

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