Movimento de Moradia é alvo de polêmica após denúncia na Câmara de Taboão

Por Sandra Pereira | 21/10/2015

Uma polêmica envolvendo movimentos de moradia de Taboão da Serra marcou parte da sessão da Câmara Municipal nesta terça-feira 20.  tudo começou quando integrantes da associação do Maria Helena fizeram várias críticas e denúncias contra Associação por Moradia Família Feliz, responsável pela implantação de um projeto de moradia que prevê a construção de 500 apartamentos por meio do programa Minha Casa Minha Vida, no Jardim Salete.

Os denunciantes usaram a tribuna da Câmara e reclamam que os integrantes do Família Feliz deixaram de repassar informações sobre os associados contemplados, cometeram irregularidades na arrecadação, realizaram pagamento indevido a diretores, expulsaram associados arbitrariamente contaram com o apoio do vereador professor Moreira. Os dirigentes do Família Feliz negam as acusações, garantem cumprir todos os trâmites legais, afirmam que todas as decisões são definidas pelos associados em assembleia e relatam que o trabalho do grupo conta com o apoio do vereador Moreira, desde a sua fundação.
“Quem não paga para essa associação é excluído. Os diretores recebem dinheiro. Isso é irregular. Teve uma assembleia onde alguns associados saíram presos. Nunca vi um absurdo desses. Contrataram uma empresa que a Cetesb recusou. Cobraram dinheiro indevidamente. Expulsaram deficientes e até idosos. Tem gente que ganha R$ 700 e tem que pagar R$ 500. Isso é crime”, disparou o advogado Gilberto Santos, da Associação do Maria Helena, que também foi fundador do Família Feliz. 

O estopim para confusão foi o fato de integrantes da associação do Maria Helena teria sido excluídos do projeto por não ter enviado documentação. Ao menos 80 famílias teriam sido substituídas, restando ao movimento apenas 70 contemplados. Agora eles querem reaver essas 80 vagas, que agora já foram preenchidas por outras pessoas. 

De acordo com o vereador Moreira o Família Feliz é uma entidade respeitável e idônea. Ele lembrou que o  movimento foi fundando em 2005 com a participação da Associação do Maria Helena e que em 2013 eles conquistaram a área do Salete onde vai ser construído o empreendimento. Moreira disse que o Família Feliz se tornou o proponente do projeto por estar em dia com toda a documentação.  

“O pessoal do Maria Helena deixou de participar das Assembleias e veio à tona uma série de problemas. Soubemos depois que o sr. Gilberto impedia as pessoas de participar das assembleias, inclusive ameaçava cortar o leite das famílias. Ele coagia as pessoas. Fazia assembleias separadas. Pouco mais de 60 famílias do Maria Helena participavam das reuniões. O restante ficou vago. O Sr. Gilberto não enviou a documentação requerida pela Caixa e numa assembleia foi deliberada a exclusão da associação do Maria Helena e não dos associados. Os que vieram trazer a documentação requerida foram atendidos. Houve um momento que o sr. Gilberto me acusou de mentiroso e rebati afirmando que ele é um pilantra. Esse é um projeto sério. Não aceito que ele venha aqui falar o que quer e depois sair correndo. Nesse momento a diretoria está na Caixa cuidando dos tramites finais para viabilizar o empreendimento”, rebateu o vereador Moreira. 

O vereador Eduardo Nóbrega reforçou as palavras do vereador Moreira em apoio ao Família Feliz. “Poucas vezes conheci pessoas tão sérias quanto os dirigentes do Família Feliz. Não vejo o dia de ver as pessoas que acreditam no movimento realizar o sonho da casa própria”, apontou. 

O presidente fundador do Família Feliz, Gerusael Ribeiro, negou a exclusão de integrantes do projeto. Segundo ele havia três entidades: a proponente (Família Feliz) e outras duas colaboradoras (Bem Viver e Maria Helena). Ele disse que o primeiro passo é a organização da demanda, ou seja, os dados dos associados.

“Quem tinha que fazer esse envio era o Família Feliz, mas o Maria Helena não aceitou isso. Eles tinham que indicar 150 famílias, mas não seguiram o trâmite de repassar a documentação para a gente encaminhar. Eles tentaram encaminhar por si mesmos e a Caixa rejeitou. Eles receberam a documentação das famílias e não repassaram para o Família Feliz. Chegou o momento em que a Caixa nos intimou a mandar a documentação sob pena de perder o projeto. Entramos em contato e informamos isso, mas nada foi feito. Alguns associados mandaram individualmente e nos encaminhamos as demais foram substituídas. Houve casos de coação para que as famílias não mandassem os documentos”,finalizou.


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