Vereadores de Taboão se posicionam contra o fechamento da EE Alípio Oliveira

Por Sandra Pereira | 7/10/2015

A restruturação feita pelo governador na rede estadual de educação, que na prática vai resultar no fechamento de escolas em todas as cidades da região, e, em Taboão da Serra atinge a Escola Estadual Alípio de Oliveira e Silva, localizada no Jardim Santa Rosa, pautou a primeira parte da sessão da Câmara nesta terça-feira, 6. O debate na Câmara ocorria no mesmo instante em que alunos protestavam contra a medida – relembre aqui. Os vereadores se posicionaram contrários ao fechamento do Alípio e não pouparam críticas a esse ato. 

Em votação apertada os vereadores rejeitaram por 6x5 o requerimento de autoria do líder de governo, Eduardo Nóbrega, que pedia acesso a relação de funcionários e a folha de pagamento da administração municipal. A rejeição do documento sepultou uma espécie de temor que pairava no ar sobre o tema. O requerimento tinha sido apresentado originalmente pelo vereador Luiz Lune e foi rejeitado por 10x3. Nóbrega tinha votado contra e após críticas apresentou requerimento com o mesmo teor alegando que não teria nada a esconder. Os vereadores aprovaram em regime de urgência projeto do Executivo possibilitando a contratação de servidores por períodos limitados.

A vereadora Joice Silva apresentou requerimento que foi subscrito pela maioria dos vereadores cobrando explicações sobre o fechamento do Alípio. Joice fez duras críticas ao governo e classificou a ação de absurda. “O possível fechamento de uma escola é um absurdo. Essa semana os alunos receberam um informativo dizendo que eles seriam transferidos para outro local. Nosso governo estadual está empenhado em abrir escolas e o estadual vai fechar? É preciso ter uma explicação muito boa para um descaso desse”, disse a vereadora.

O vereador Dr. Ronaldo Onishi afirmou que desde o ano de 1998 o governo do estado não constrói novas escolas em Taboão da Serra. Ele afirmou ter que há dois anos enviou ofício a secretaria Estadual de Educação solicitando a construção de novas escolas do município e à época foi informado que o governo do estado tinha estudos comprovando a necessidade de duas novas escolas estaduais em Taboão. “Há dois anos o governo falava em abrir duas escolas. Dizia que tinha demanda pra isso. Prometeu construir duas e agora vai fechar uma escola que já existe? Essa Câmara não vai se calar diante do fechamento de uma escola. Essa decisão vai na contramão de qualquer política séria de educação. A educação transforma a vida das pessoas e o governo jamais pode negar acesso a ela. Fechar escola é um crime contra a educação”, declarou.

André Egydio disse que apesar de ser do PSDB é totalmente contra o fechamento das escolas. Para o vereador o governo do estado errou feio nessa questão. Ele também solicitou  mais informações sobre a escola Reynaldo Falleiros, que também estaria uma lista de escolas com risco de fechamento.
“Quero saber mais informações sobre essa reorganização da Secretaria de Educação Estadual. Eu sou contra. Apesar de ser do PSDB, eu sou contra”, declarou o vereador.

O presidente da Câmara, vereador José Aparecido Alves, o Cido, também se posicionou contra o fechamento e disse que a medida segue na contramão do que a educação necessita. “A escola pode ser estadual mas os alunos são da nossa cidade e não vamos aceitar um absurdo desses”, disse. 
Após os discursos contrários ao fechamento da escola  o vereador da oposição, Luiz Lune (PC do B), criticou os governos estadual e municipal dizendo que ambos são do mesmo partido e defendem as mesmas ideias. Lune chegou a chamar a vereadora Joice Silva de demagoga por ser base do governo e ter se posicionado contra o fechamento. Posteriormente ele disse ao Jornal na Net que a crítica a vereadora tinha sido desnecessária.

“Joice, não entendo o motivo da gritaria hoje. Nossa cidade infelizmente é administrada pelo PSDB, nossa deputada estadual, Analice Fernandes é do PSDB, nosso governador é do PSDB. Se estamos amparados por eles, por que temos essa gritaria hoje? Se não se pode fazer política com a saúde, também não pode ser feita com a educação”, disparou em tribuna. “Naquele momento não devia ter chamado a Joice de demagoga”, disse posteriormente o vereador ao Jornal na Net.

Em resposta à crítica de Lune Joice declarou que não faz política com demagogia. Disse que trata seu mandato com seriedade e fará as brigas necessárias em defesa dos interesses da população.

Além do debate sobre a educação a sessão foi marcada por críticas feitas contra a empresa Comgás e a discussão sobre o projeto que prevê a contratação de servidores por tempo pré-estabelecido pela prefeitura de Taboão da Serra. De acordo com o vereador Marcos Paulo, o projeto regulamenta um ato que é permitido por meio da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

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