Comissão de Defesa do Consumidor discute má qualidade da prestação de serviços em Taboão

Por Sandra Pereira | 16/06/2015

A falta de luz constante nos diversos bairros de Taboão da Serra foi o tema central da 1ª audiência da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Taboão da Serra realizada nesta segunda-feira, 15. Convocadas para dar respostas a  Eletropaulo e a Citeluz não compareceram. A Eletropaulo informou por meio de ofício que irá participar da próxima audiência agendada para o dia 13 agosto às 19 horas. Também sobraram queixas contra a Vivo, Comgás, Sabesp, Correios e bancos. O presidente da Comissão, vereador professor Moreira disse que vai ampliar a pauta de trabalho para questões públicas como saúde, instalação de radares e outros temas. 

“Na próxima audiência teremos a participação da Eletropaulo e da Citeluz até pra gente definir as competências e fazer as cobranças devidas. Um caso simples, como a poda das árvores, pode ser feita pela prefeitura, Eletropaulo e Citeluz. Então, não é possível haver tanta queda de luz por causa disso”, disse Moreira, acrescentando que a comissão vai atuar de maneira permanente em todos os segmentos. “A Comissão tem a prerrogativa de convocar as concessionárias e até os secretários de cada pasta. A comissão vai dar respostas ao povo. É pra isso que somos eleitos”, reforçou.

 O presidente da Câmara Municipal, vereador  José Aparecido Alves, o Cido criticou a inércia dos bancos no tocante à segurança dos usuários. Ele citou projeto de lei de sua autoria que está tramitando na Casa e prevê a implantação de vários dispositivos de segurança nas agências bancárias da cidade. Em relação a Eletropaulo o presidente relatou problemas como falta de luz, dificuldades na suspensão da rede de alta tensão e a quase  impossibilidade de remoção de postes. Ele leu ofício enviado pela Eletropaulo alegando que 48% dos casos de falta de luz são decorrentes da falta de podas das árvores.

“A cidade está dando exemplo. Essa comissão vai mostrar aos municípios que somos uma cidade onde existe lei e ela precisa ser respeitada. Se as concessionárias não entenderem isso vamos acionar o Ministério Público em ação coletiva. O povo quer resposta”, disse Cido.

O vereador Ronaldo Onishi disse que a Eletropaulo tem que vir até a cidade e explicar porque falta tanta energia. Além disso questionou se a empresa faz os investimentos necessários para melhorar a qualidade do serviço alvo constante de queixas da população.

 “Não é nós que temos de ir lá tomar café. Eles tem que vir explicar porque quando fica nublado e ameaça chover já falta luz. Se ventar então não se fala. O que parece é que falta investimentos para a atender a demanda crescente. Devemos saber se a energia fornecida é suficiente para atender a nossa população. A Câmara municipal é exemplo disso o ar não funciona porque a energia não é suficiente para atender ao prédio”, disparou o vereador, antes de solicitar que a comissão encaminhe ofício a AES Eletropaulo cobrando explicações sobre a quantidade de energia fornecida e a que seria necessária para atender a cidade. 

O advogado Wagner Moreira reforçou as reclamações contra as prestadoras de serviço citou que recebe queixas constantes contra a Vivo, os Correios, Sabesp, agências bancárias, entre outros. Sobre os bancos ele disse haver uma blindagem já que é praticamente impossível obter resultados positivos em ações contra instituições bancárias. 

Até o último mês o Procon de Taboão da Serra recebeu 11 reclamações sobre a Eletropaulo a maioria em razão do valor elevado da conta de luz. A diretora do órgão, Vilma  Silva, salientou que a empresa não atende inicialmente as solicitações. Ela disse que no órgão a Vivo é a campeã no ranking de queixas. A maioria das reclamações trata da má qualidade do serviço e de pedidos de cancelamento. Sobre a Comgás não houve nenhuma reclamação no Procom municipal. Para ela os serviços essenciais como água e luz não podem sofrer cortes.  

A gestora do Procon disse que a população de Taboão da Serra não costuma recorrer muito ao órgão.
“Está havendo uma desorganização social em nível nacional. A lei não específica a quem cabe cada coisa e as empresas se aproveitam dessa lacuna para jogar nos outros a responsabilidade.  Muitas vezes a lei dá mais direito às empresas que os consumidores”, alertou. 

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