Sem acordo greve dos coletores de lixo será julgada pelo Ministério Público do Trabalho e TRT
Após duas semanas de paralisação, na região o município de Taboão da Serra continua em greve e a coleta de lixo está prejudicada nos últimos dias. Já foram realizadas três audiências de conciliação que terminaram sem acordo, uma vez que o embate entre Selur e Femaco continua e o reajuste salarial não é determinado para beneficio de ambas as partes. Inicialmente o pedido da categoria era de 11,73% porém após reajuste proposta de 9,5%, que deu fim nas greves de alguns municípios parecia que seria decretado fim da greve geral, mas em Taboão a situação é diferente, o sindicato aceita os 9,5% mas os patrões insistem em 8,5%.
Dessa forma, a questão passa para julgamento sem data ainda para ocorrer. "Ainda sem data para ocorrer, o julgamento do dissídio coletivo envolvendo a categoria decidirá, dentre outras questões, sobre a legalidade da greve, compensação dos dias parados e aplicação de multas por descumprimento da liminar – ainda em vigor – que determina o funcionamento de 70% dos serviços de limpeza pública, coleta domiciliar e varrição de ruas e 100% dos serviços de coleta hospitalar e aterro sanitário. A multa diária por descumprimento foi fixada em R$ 100 mil", diz assessoria de imprensa do TRT.
De acordo com informações da Femaco, em Taboão da Serra por exemplo, os profissionais têm sofrido ameaças dos moradores de regiões periféricas. “Estamos preocupados com a integridade física do nosso pessoal que estão submetidos a trabalhar sob escolta policial. Muitos têm recebido graves ameaças, isso sem contar que tivemos um caminhão coletor sequestrado. Apenas reivindicamos por um salário digno, enquanto o sindicato patronal e algumas autoridades municipais mostram-se desinteressados na solução desse caos. Estamos falando de saúde pública e isso não pode ser mais postergado pela falta de sensibilidade e intransigência dos patrões. Como todos sabem, há uma liminar que determina que 70% do serviço seja realizado, e de contrapartida há revolta por parte de alguns moradores. Não temos culpa, estamos cumprindo uma decisão judicial, e, repito, lutando por melhores condições de vida”, desabafou o presidente do Siemaco Taboão, Donizete França.
Muitos moradores defendem ser legitima a greve porém as consequências são sentidas nas ruas, muitos pontos da cidade com uma concentração grande de lixo domiciliar, que nem mesmo a ação emergencial da prefeitura do município tem dado conta de solucionar o problema. Desde o inicio da greve no dia 23 de março, a prefeitura acionou o plano com os funcionários da Secretaria de Manutenção com o objetivo de minimizar os efeitos causados pela paralisação até que o serviço fosse retomado em 100%.